Saúde emocional

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Eu sei muito pouco sobre os assassinos que mataram professores e alunos em escolas pelo Brasil afora, crimes tão chocantes. 

Eu sei o que a imprensa divulgou, que é quase nada. Isso ocorre por receio de humanizar ou amenizar a crueldade dos crimes. Acho que é positiva essa postura. Assassino deve ser tratado como tal.

Eu ignoro se longe dos holofotes esses assassinos seguem sendo tratados apenas pelo que se tornaram, assassinos, ou há uma equipe multidisciplinar buscando entender essa mente. A importância desse entendimento é a de reunir elementos para se criar estratégia de proteção a quem vai a escola, onde os crimes vêm acontecendo, mas em outros locais públicos onde eles também podem ocorrer. 

Pensando nisso me lembrei de num programa chamado “Amigos do Zippy”, implantado inicialmente nas escolas da Inglaterra na virada do século 20 para 21, que foi colocado como experiência em uma ou duas escolas municipais de Sorocaba quando Terezinha Del Cistia era a secretária de Educação da Prefeitura.

O que é? 

O ” Amigos do Zippy” é uma metodologia e prática de promoção de saúde emocional, ou seja, busca ensinar crianças pequenas a lidar com as dificuldades do dia a dia, desenvolvendo suas habilidades para:

1) Identificar e falar sobre seus sentimentos e as maneiras positivas de lidar com eles; 

2 ) Resolver problemas e fazer escolhas mais saudáveis, levando em consideração suas consequências. 

O Amigos do Zippy não pretende solucionar um problema específico ou dizer às crianças o que fazer. Mas pretende encorajá-las a:

1) Interagir com outras pessoas; 

2 ) Buscar e oferecer apoio; 

3) Pensar por si mesmas; 

exercitar o comportamento solidário e expandir sua capacidade emocional e social.

Futuro x passado 

O “Amigos do Zippy” é a solução para os problemas de hoje? Certamente, não. Seu efeito é para o longo prazo. 

Mas pergunto, teríamos esse problema de hoje se o programa estivesse em prática nas escolas do país desde 2003, por exemplo? Não há como dizer sim ou não para essa questão, mas é certo de que ele não faria mal. Não ter feito nada, a realidade mostra, fez.

Da boca de todos envolvidos na questão desses assassinatos só saem medidas policialescas, políticas, jurídicas. Não vejo nada pedagógico para resolver o problema de agora e, muito menos, para evitar que ele ainda exista no futuro.

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