Sorocaba piorou 11 posições, em dois anos, no ranking do Número de Acidentes de Trânsito com Vítimas Fatais nos Municípios Paulistas com mais de 200 mil Habitantes com dados relativos aos anos de 2016, 2017 e 2018.
Essa informação faz parte de nota técnica divulgada nesta semana pelo Nest (Núcleo de Estudos de Segurança no Trânsito) do STT (Departamento de Engenharia de Transportes) da Escola de Engenharia de São Carlos da USP (Universidade de São Paulo).
Segundo os coordenadores do estudo, os valores foram determinados mediante a relação entre os números de mortes no trânsito, disponíveis no site do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito do Governo do Estado de São Paulo, e os dados sobre as populações de cada município, consultados no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apenas as fatalidades nas vias municipais foram contabilizadas, pois a gestão das rodovias é de responsabilidade do Governo Estadual ou Federal.
Os pesquisadores criaram tabelas em que indicam o número de mortes em acidentes de trânsito para cada 100 mil habitantes. Nos anos de 2017 e 2018, Bauru figura em primeiro no ranking, com o menor índice de acidentes fatais, e São Carlos em segundo. Já em 2016, Indaiatuba ficou em primeiro lugar e São Carlos em segundo. Considerando os dados dos três anos, a cidade de São Carlos ocupa o primeiro posto, com o menor índice médio, seguida de Bauru e Marília.
Sorocaba, por sua vez, se não está entre as cidades mais seguras para se dirigir, também não está entre as mais perigosas, como mostram os dados da tabela publicada com esta postagem.
Das 26 cidades paulistas com mais de 200 mil habitantes, Sorocaba aparece em 2018 na 21ª posição com 58 mortes registradas ao longo de todo o ano passado que, por coincidência, é o mesmo número de mortes de 2017 e 5 mortes a mais do ano de 2016 quando o trânsito matou 53 pessoas em Sorocaba. O que influencia a posição de Sorocaba neste ranking é o número de habitantes da cidade que em 2016 era de 652 mil habitantes, pulou em 2017 para 659 mil habitantes e em 2018 atingiu os 671 mil habitantes, fazendo com isso que sua posição nas mortes por 100 mil habitantes suba, derrubando a posição da cidade no ranking.
O que é Núcleo de Estudos de Segurança no Trânsito
O Núcleo é constituído por profissionais com interesse na área de segurança no trânsito, que tem por objetivo promover ações e divulgar informações relacionadas com o tema.
O grupo foi formado há cerca de 15 anos por professores e alunos ligados ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Transportes (PPG-ET) da EESC e também contou, desde o seu início, com a participação de professores e alunos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), FATEC e outros órgãos públicos e privados, bem como de profissionais liberais.
Uma das atividades importantes do NEST tem sido apoiar o PPG-ET na viabilização e organização de cursos e palestras com especialistas, bem como na produção e edição de livros, estudos, notas técnicas etc.
Exemplo das causas
O que faz Sorocaba ter tantas mortes no trânsito?
Um exemplo, que ajuda a responder essa questão, é o acidente ocorrido no final de semana passado na avenida São Paulo, na alça de acesso à Sadrac Arruda, quando Victor Fernando dos Santos, de 18 anos, perdeu o controle do seu carro, se chocando contra uma parede e matando no local o seu colega Guilherme Dias de Oliveira, também de 18 anos, que estava no banco do passageiro e teve a morte confirmada pela equipe de resgate no local do acidente.
Victor Fernando dos Santos não tem Carteira de Habilitação, segundo informações da Polícia Civil. A batida aconteceu às 5h20 quando eles voltavam de uma balada. Victor Fernando dos Santos vai responder por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, e também por lesão corporal culposa. A perícia técnica ainda vai dizer se foi apenas a falta de habilidade que causou o acidente ou se sua inabilidade foi corroborada por álcool no sangue.