Paulo Guedes demitiu Marcos Cintra na tarde de hoje – o que é o mais evidente sinal de que Bolsonaro manda inclusive na economia, o que muitas pessoas achavam que era apenas Paulo Guedes que mandava – sob o pretexto que ele fala demais.
Talvez seja verdade, foi por meio dele que o Brasil soube de intenções que nos chocaram na área econômica.
A última delas foi a ressuscitação da CPMF (aquela taxa que o governo cobra por qualquer movimentação financeira, ou seja, em qualquer saque ou depósito bancário o governo dá uma bocada no “seu” dinheiro).
A decepção foi tão grande, algo que saiu da previsão do governo. Não foram os adversários, os que pensam diferente, e muito menos os inimigos que atacaram. Foram os aliados. Os apoiadores. Os que se identificam com as mudanças.
Meu sinal de alerta acendeu logo na manhã de segunda-feira quando no Facebook vi a postagem do promotor público, Jorge Marum, sempre pró-Bolsonaro e anti-PT e anti-Lula, dando um puxão de orelhas em Bolsonaro. Algo do tipo: Presidente, votamos em você para mudar o Brasil, não para eleger a Família Bolsonaro, para perpetuar a família no poder, enfim, algo cujo o sentido que captei foi esse.
Num dos grupos de whatsapp do qual faço parte, alguém postou a imagem que ilustra essa postagem. Durante a campanha eleitoral, o sorocabano Filipe Martins – que desde janeiro ocupa o cargo de assessor especial da Presidência de Jair Bolsonaro para assuntos internacionais e se apresenta como especialista em forecasting (previsão), análise de riscos e segurança internacional e, desde os 17 anos, hoje ele tem 30, segue Olavo de Carvalho, o guru extrema-direita brasileira, que se diz filósofo autoditada – afirmava que a recriação da CPMF era fake News.
Como sustentar no governo o que se disse em campanha?
Me lembrei de Fernando Henrique Cardoso dizendo: esqueçam o que escrevi.
Me lembrei do último post do número 3, o Carluxo, o vereador do Rio que se sente e – nas palavras de Alexandre Frota, vice-líder do PSDB na Câmara federal – age como presidente da República: “por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos”.
Rodrigo Maia já disse a Paulo Guedes que no Congresso a CPMF não será aprovada. Ai ai ai…