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Uma rotina modificada na manhã da primeira segunda-feira efetivamente útil do novo ano, provocada por três pessoas precisando usar o único carro no mesmo período, me fez antecipar minha ida à academia. 

Acordei uma hora antes do que o habitual e ao fazer tudo adiantado enfrentei um trânsito diferente, com mais carros na rua, e uma academia mais cheia, com mais pessoas disputando os mesmos aparelhos. Fatores que me irritaram mais do que já sou irritado pela manhã. 

Havia uma inquietação…

Após uma sequência de exercícios de braços, mudei para aparelho de pernas, onde empurro 150kg para cima por 60 vezes. A máquina fica com 90kg e eu coloco os 60kg que faltam. Há dois anos é assim. 

Pois hoje, quando pegava o peso de 20kg, fiz uma força desproporcional com as mãos e, simplesmente, arremecei-o… no chão. 

Ainda estou pensando se os 20kgs caíram da altura de 1 metro diretamente no chão e, de leve, bateram no dedão do meu pé direito ou se eu tirei o pé antes do choque. Eu fiz o movimento para tirar, por instinto, sem pensar, mas não sei se foi o que me salvou.

O estrondo foi tão grande que quem fazia exercícios perto ou longe parou para olhar. Uma mulher, quando estávamos lado a lado em outro aparelho, que nunca antes havia dirigido sequer um bom dia a mim, sentenciou: Quase você perde o pé. 

Evidentemente há um exagero nessa afirmação se a entender literalmente, mas é a pura verdade da metáfora do problema do qual evitei. Ou o acaso evitou. Enfim, um problema que não tive.

Foi quase…

No fim do ano, acertei o terno na Quina e ganhei 89,00; acertei 13 pontos na Lotofácil e embolsei 25,00… Acertei três números da mega da virada de 500 milhões. Um número a mais e teria resolvido minha vida. 

É azar?

Os 89 reais são dez dias de pão grátis na padaria. É sorte?

Foi quase…

Jogos de azar foram feitos para muitos perderem e pouquíssimos ganharem. Fosse o contrário seriam jogos de sorte.

Nos primeiros 8 dias deste ano, quatro pessoas conhecidas, de minha faixa etária, morreram de ataques cardíacos fulminantes. Eu estou aqui, com saúde. 

É sorte! 

Filhas e netas (incluída a que vai nascer no máximo em fevereiro) estão saudáveis. 

Sorte!

Vagas para estacionar seguem “brotando” quando eu chego com o carro. 

Sorte!

Trafegava pela avenida Américo Figueiredo, conduzindo meu carro, quando do veículo da frente uma escada portátil se desprendeu e voou acertando o carro do lado sem nem chegar perto do meu. Um caibro, com pregos varando de um lado, ficou na rua. Eu vi, desviei, dei a volta, parei com o pisca alerta e tirei do meio da pista aquele objeto que causaria sérios danos a qualquer pneu. 

Muita sorte.

Meus amigos me levam comer e beber e me poupam de pagar a minha parte na conta. O que ajuda muito. 

Sorte!

Estava a 800 metros do pedágio em São Paulo e senti o pneu furado, um rasgo na lateral direita traseira. Parei no acostamento bem ao lado de um telefone da CCR. Em 20 minutos o Cristian chegou, sinalizou e botou o estepe. Azar? Não. Seria se fosse o pneu dianteiro, alguns quilômetros antes, onde a velocidade era de 110km/ e chovia muito. Foi sorte. Muita sorte! 

Eu tenho a lamentar muitas coisas, mas certamente a falta de sorte não é uma delas…

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