A Secretaria de Igualdade e Assistência Social), por meio da Coordenadoria da Criança e Adolescente e do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, da Prefeitura de Sorocaba faz um apelo à sociedade para que não compre produtos vendidos por menores de idade e até mesmo por adultos nos cruzamentos e semáforos de ruas e avenidas da cidade, assim como também não deem esmolas.
Esse pedido, anunciado pela assessoria de comunicação do prefeito Crespo, surgiu no momento em que o prefeito determinou a intensificação de ações de fiscalização e abordagens a crianças que estiverem em situação de trabalho infantil por ruas e avenidas de Sorocaba. A partir dessa abordagem as crianças serão cadastradas, assim como seus familiares e passarão a ser acompanhadas e assistidas por equipes do Centro de Referência e Assistência Social.
A determinação para que a Sias intensifique suas ações sociais envolvendo crianças e adolescentes que estão em situação de trabalho infantil nas ruas e avenidas da cidade partiu do prefeito Crespo após denúncia feita por um ouvinte, enquanto ele concedia entrevista à rádio Cruzeiro FM, da existência de adolescentes vendendo produtos no cruzamento das avenidas Washington Luiz com Barão de Tatuí, na Zona Sul.
Por incrível que pareça, o prefeito tratou o tema como se fosse uma grande novidade e não fosse de fácil flagrante a presença desses adolescentes e crianças nos semáforos da cidade. O prefeito deixou a rádio indignado e foi até o cruzamento para “resolver o problema”. Um populismo bobo, uma vez que sua equipe de há muito sabe do problema.
Para ajudar a família
Num balanço realizado em julho, a Coordenadoria da Criança e Adolescente e do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, da Prefeitura já havia divulgado que as abordagens realizadas na cidade entre maio e julho identificou 84 crianças em situação de trabalho infantil. Muitas foram abordadas mais de uma vez, sendo identificada a reincidência no trabalho infantil, mesmo após as orientações e encaminhamentos realizados pela equipe de abordagem social. Segundo Angélica Lacerda Cardoso, coordenadora da Criança, Adolescente e Juventude, a maioria das crianças estava em cruzamento de ruas e avenidas comercializando produtos. “Nas abordagens observou-se o fator econômico como agravante, uma vez que 70% (59 crianças de 84 abordadas) relataram às Equipes de Abordagem que ajudam suas famílias financeiramente.”