Vinícius Aith: profissão marqueteiro

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Vinícius Aith tinha 23 anos de idade no ano passado quando assumiu como o mais jovem vereador desta legislatura da Câmara Municipal de Sorocaba. Em 2013, quando teve início o processo de mudança pelo qual passa o Brasil, com as manifestações do Movimento Passe Livre que culminaram em 2016 com o impeachment da presidente Dilma, Vinícius era apenas um adolescente. Ele foi educado na cultura do lavajatismo. Ele era encantado pelo “japonês da Federal” que chegava na casa dos acusados às 6h, dando uma geral.

Como vereador, ele incorporou esse personagem e hoje, às 6h, apertou a campainha da casa da ex-prefeita e delegada aposentada Jaqueline Coutinho acompanhado de outros seis homens entre eles 4 membros da Romu (Ronda Ostensiva Municipal), a elite da Guarda Civil Municipal, e assessores. Sete homens foram mobilizados para entregar uma notificação. Vejam, uma carta oficial, convocando a ex-prefeita a depor na CPI dos Livros da Câmara Municipal.

Evidentemente que isso foi um constrangimento para a ex-prefeita. O ato, o horário, o veículo da polícia (a GCM é vista como polícia pela sociedade) são idênticos aos praticados durante a Lava-Jato que, hoje, vemos tiveram tantas falhas a ponto dos acusados daquele momento estarem em situação em dia com a justiça e os acusadores respondendo por crimes ali praticados.

Tal constrangimento das 6h, rapidamente, virou promoção para a ex-prefeita logo às 9h. Candidata a deputada, ela se viu vítima do comportamento afoito, desproporcional e infantil de Aith. Jaqueline, no momento que atendeu ao vereador, não teve a iniciativa de pegar seu celular e começar a filmar o que estava acontecendo. Mas, três horas depois, ela já havia gravado um vídeo que viralizou nas redes onde ela conta sobre abalo psicológico que sofreu em razão da ação do vereador.

Crespo, então candidato a prefeito em 2005, disputando com Lippi, com chances de ser eleito teve o seu escritório político vítima de atentado a tiros. Nunca se soube quem foram os autores dos disparos. Mas aquele ato era tudo o que o marketeiro de Crespo precisava naquele momento para erguer a campanha e comover o eleitor. Quase deu certo.

Jaqueline, que mantinha sua campanha no ar com vídeos com seus PETs, com encontros com a prefeita de Itapetininga, com reuniões com os homens do MDB (aliás, cadê as mulheres do partido?) ganhou na manhã de hoje um presente. Vinícius Aith, num ato, se transformou no marqueteiro que a campanha de Jaqueline demonstrava precisar. Aith, sob a lavajatismo, tem tido sucesso com seu público, tanto que foi eleito. Mas sucesso com o público é bem diferente de um encontro consigo próprio e com o que a sociedade precisa para evoluir. Traduzindo: ganhar a eleição é uma coisa; legislar, outra.

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