A nossa casa e a “nossa casa”

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A Nasa (a principal agência aeroespacial do mundo) começou contagem regressiva, que seguirá até 22 de abril, compartilhando uma foto por dia para celebrar 50 anos do Dia da Terra, a “nossa casa”.

A primeira (foto) é a que ficou conhecida como Earthrise, a primeira imagem captada por humanos a partir da Lua, de 1968, feita pelos três astronautas da Apollo 8, que estavam a orbitar a Lua. Da janela da sua capsula tiraram a fotografia do planeta, que se destacava em azul contra um céu negro, a casa comum da humanidade.

Para ver diariamente uma foto da Terra, clique site do countdown (https://blogs.nasa.gov/earthdaycountdown/) e conheça as histórias que estão por trás de cada imagem.

Acabei de ler esta notícia e fui atender ao funcionário da empresa que veio entregar as caçambas que eu aluguei para levar entulhos que estavam acumulados em casa. Paulo, um homem forte, aparentando uns 38 anos. Eu fiquei vendo ele trabalhar, super atencioso, arrumou a caçamba num local em que não vai atrapalhar ninguém. Me perguntou se estava bom daquele jeito que ele arrumou.

Começamos a jogar conversa fora a partir do momento que ele disse que nunca havia estado ali no bairro, mostrou sua admiração pela paisagem, pela mata, pela tranquilidade do local. E nesse momento, Violino, o gato da minha neta, começou a passar por entre nossas pernas. Então Paulo me disse: bicho precisa viver assim, com espaço. Onde eu moro está difícil, me disse. E explicou: moro num predinho de apartamentos. O vizinho de cima tem dois Rottweilers, e a debaixo tem 5 gatos e dois cachorrinhos. Quando os Rottweilers latem, treme o prédio todo. Tenho um filho de 3 anos e ele fica tenso. As pessoas que vão morar em apartamentos não deveriam levar animais para dentro dele, animais precisam de espaço.

Contei à minha mulher sobre essa conversa e ela me disse que lembra de um papo que ela ouviu nessa semana na sala de espera de um consultório. Uma mulher contava para a outra sobre a briga dos vizinhos. A mulher debaixo estava reclamando formalmente da moradora de cima que tem um filho de 6 anos, que fica com a vó enquanto ela sí para trabalhar, e a criança pula o dia inteiro. O que é peculiar, ainda bem, de uma criança saudável de 6 anos.

Lembrei de uma história que ouvi no Jornal da Cruzeiro (FM 92.3Mhz), na quarta-feira, onde um ouvinte ligou à emissora para relatar que na Av. São Paulo, próximo da Igreja Santo Antônio, moradores de rua fizeram uma “cabana” com madeira e plástico. Ele usava a rádio para pedir providências por parte da prefeitura, pois se o trabalhador monta um carrinho de lanche sem licença é multado, mas o que vão fazer com esses moradores de rua?

Me lembrei que passei nessa semana pela avenida Brasil, bem na calçada da caixa de água do Saae, na esquina com a avenida Ipanema, bem do outro lado de onde tem uma delegacia de polícia, onde uma moradora de rua que há 2 anos havia montado uma pequena barraca no local, agora está com puxadinho e expandiu “sua morada” em cômodos, me parece.

E estou, desde então, pensando na nossa casa e na da Terra, a “nossa casa”.

Mais, como estamos cuidando da “nossa casa”, pois algo está acontecendo uma vez que em pleno verão, como é a estação onde estamos, na serra catarinense foi registrada geada e temperatura de 3º na madrugada de hoje. Já é preciso de cobertor nas noites sorocabanas.

É preciso de compreender onde e o motivo de termos escolhido essa forma de estarmos organizados, acumulando, acumulando, acumulando.

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