Como faz há, o professor Flaviano Agostinho de Lima, ex-secretário municipal de Educação da Prefeitura de Sorocaba e especialista em estatísticas, planilhas e pesquisas, reúne os números da eleição que ajudam a sociedade entender o momento e o sentimento do eleitorado sorocabano a cada votação.
Do ponto de vista da eleição a deputado estadual, levando em conta as 15 candidaturas registradas por diretórios locais, é possível verificar a preferência do eleitor de Sorocaba por dois nomes tradicionais – Raul Marcelo e Maria Lúcia Amary – e pelo reconhecimento do eleitor pelo trabalho da jovem política Jaqueline Coutinho que, eleita vice-prefeita, logo na primeira vez que se candidatou, ganhou notoriedade a partir das sucessivas atrapalhadas do prefeito Crespo em a atrito com ela, o que levou ele a perder o mandato e deixá-la por 43 dias no cargo de prefeita de Sorocaba.
Assim, Raul Marcelo – mesmo não sendo reeleito deputado, em razão do número de cadeiras do seu partido na Assembleia – é o preferido de 10% dos eleitores que foram às urnas, ou seja, por 32.459 sorocabanos. Maria Lúcia Amary vem em seguida com 9,20% da preferência dos eleitores, ou seja, de 29.806 votantes. Na terceira colocação está Jaqueline Coutinho que ficou com 7% dos votos, ou seja, com a preferência de 22.754 eleitores, ou seja, mesmo sendo votos insuficientes para a sua eleição uma vez que ela ficou em quinto lugar entre os candidatos do seu partido, demonstram o quanto é querida pela parcela do eleitorado que votou nela.
Os votos de cada um dos outros 12 candidatos de Sorocaba podem ser vistos no quadro que acompanha esse texto.
Prefeito 2020
Os votos confiados a Raul, Maria Lúcia e Jaqueline colocam cada um deles no pleito de 2020, na eleição a prefeito, em condições de concorrer em pé de igualdade. A derrota de Raul e Jaqueline, que não conseguiram ser deputado, o que é ruim hoje, se transforma num trunfo para a eleição de 2020, uma vez que não precisarão explicar ao eleitor a desistência de um mandato para concorrer a outro. E, pelo que se vê na eleição para governador, isso tem forte peso neste momento diante do bombardeio que Dória, que renunciou ao cargo de prefeito de São Paulo, está recebendo. O desafio de Raul e Jaqueline, sem mandato, nos próximos dois anos, é o de conseguirem ficar em evidência na memória do eleitor. Jaqueline, apesar de vice, está rompida com o prefeito, ou seja, está sem espaço para aparecer.
A qualificação dada nas urnas aos três estaduais tem ainda o peso da concorrência entre os candidatos que disputaram a federal (veja a próxima postagem), do próprio candidato do prefeito (que deve buscar a reeleição e tem o peso da máquina), além da pulverização de votos entre outra provável dezena de candidaturas uma vez que não haverá coligação de partidos para as candidaturas a vereador e, um candidato a prefeito, sempre ajuda quem busca vaga no legislativo.