Não pretendia falar nada sobre a CPI da Covid, afinal todos sabemos que o presidente Jair negligenciou a pandemia, apostou no tratamento errado e, o pior, menosprezou o mínimo a ser feito que era ter lutado por vacina e pedido isolamento, uso de máscara e limpeza de mãos.
Não é preciso inquérito algum para se saber disso, pois são dados públicos. Se “inocentar” Jair, a CPI está mentindo. Ou não?
Vejam, aconteceu o inesperado para mim: Nise Yamaguchi entrou em seu depoimento na CPI como a grande especialista na defesa da cloroquina e da ivermectina como tratamento precoce contra a Covid-19 e se revelou uma charlatã, palpiteira de assuntos sobre os quais não estudou.
A conclusão óbvia é: Jair e seus súditos perderam sua principal porta-voz do tratamento precoce.
Minha conclusão é: Jair foi vítima do charlatanismo da até então médica de currículo inquestionável. Como ele frisou na campanha, ele se cercaria de “postos Ipiranga” para tomar suas decisões.
A saída de Jair para tentar colar essa versão era ele execrar publicamente Nise Yamaguchi logo após sua resposta ao questionamento do senador sergipano Alessandro Vieira sobre quais pesquisas elas poderia citar para embasar sua defesa da cloroquina e da ivermectina como tratamento da Covid. Ela mencionou apenas um estudo, o da Henry Ford Foundation. Vieira, então a corrigiu: senhora, a tal pesquisa foi interrompida em dezembro do ano passado por não encontrar evidências suficientes para o uso dessas substâncias contra a Covid-19.
Mas Jair está calado, já há 2 dias.
E surpreendentemente, muitos sorocabanos estão usando sua rede social para prestar solidariedade a “doutora” por ter sido massacrada pelos senadores o que não deixa de ser irônico, uma vez que essas pessoas apoiam quem idolatra o torturador Ulstra.