Bolsonarismo é o pano de fundo na eleição da OAB Sorocaba

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Conversei no programa O Deda Questão de hoje na radioweb 365 com o advogado Márcio Roberto de Castilho Leme, presidente da 24ª Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Sorocaba sobre os efeitos da pandemia no trabalho do advogado e também sobre a eleição prevista para o mês que vem onde os membros adimplentes com a entidade, por voto obrigatório, vão eleger a diretoria para o triênio 2022/2024.

Já havia conversado no mesmo programa, no dia 29 de setembro, sobre os mesmos temas, com o advogado Caio Gimenez que na eleição passada concorreu a vice e encabeça agora uma chapa para a eleição deste ano com o apoio de um grupo que ele estima ser superior a 50 advogados.

Até o momento apenas os dois se colocaram como candidatos. Quantos mais outros candidatos surgirem, cada um terá seu espaço em O Deda Questão para expor seu pensamento.

Nas duas entrevistas, as respostas de Caio Gimenez e Márcio Leme buscam ser objetivas no cerne da questão. Mas o pano de fundo das respostas de cada um é uma clara mensagem ao advogado eleitor.

Um exemplo, a portaria do Tribunal de Justiça dando acesso aos Fóruns paulistas apenas aos advogados vacinados contra a Covid-19 é vista de modo antagônico pelos concorrentes. Márcio Leme defendendo a medida, explica que a liberdade individual não se sobrepõe à proteção da coletividade e Caio Gimenez argumentando que uma portaria do TJ não pode ser superior ao que diz a Constituição.

Mas nas duas respostas, essa foi minha percepção, está escondido o real propósito dos dois concorrentes. Caio Gimenez, que participou das moticiatas promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro, com suas respostas busca ser objetivo para a sociedade de um modo em geral, mas tenta vender seu peixe aos advogados de que ele é bolsonarista. Márcio Leme, cuja a eleição significa a aprovação ou reprovação do que ele fez no seu mandato, defende sua convicção pela ciência, ou seja, dá o recado de que não concorda com o bolsonarismo.

Nos bastidores, os advogados sorocabanos estão reproduzindo uma realidade brasileira que é a de carimbar uma pessoa como sendo petista, lulista, bolsonarista… Como se houvessem apenas essas opções ideológicas no país.

Comandar a OAB significa que o vencedor da eleição doa o seu tempo e dedicação à classe de advogados. Não há remuneração, vencimento, prêmio, enfim, retorno financeiro para o ganhador. É uma missão de servir. Evidentemente o cargo dá status quo ao vencedor e isso, quando bem trabalhado, pode se reverter em benefício ao advogado.

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