Tenho sido um crítico contundente do secretário da Saúde da Prefeitura de Sorocaba, Vinícius Rodrigues, em razão de algumas de suas atitudes no exercício do cargo como, por exemplo, a forma arbitrária com que ele conduziu a primeira reunião com o Conselho Municipal de Saúde deste ano e a implementação do Kit-Covid como “remédio” de combate a pandemia nos postos e unidades básicas de saúde do município.
Sua prática bolsonarista, que ele demonstra orgulho em ter, e sendo ele amigo do deputado federal Eduardo Bolsonaro e fã do pai dele, o presidente Jair Bolsonaro, tinham tudo para me impedir de ver alguma qualidade em sua figura pública. Mas não foi isso o que aconteceu. Ao contrário, me sinto na obrigação de fazer esse reconhecimento público sobre a postura de Vinícius Rodrigues numa fatalidade ocorrida na rede pública com os bebês de dois e quatro meses que receberam doses da vacina da Pfizer contra covid-19 por engano em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) de Sorocaba, na última quarta-feira (1º).
A mãe de um dos bebês relata que ela foi comunicada pela direção da UBS sobre o ocorrido, teve toda assistência e foi informada da fatalidade ocorrido com seu filho pelo próprio secretário: “A enfermeira me pediu calma, veio a ginecologista, funcionários, mas ninguém falava nada. Foi então que o secretário de Saúde, Vinicius Rodrigues, apareceu pessoalmente para falar e avisar que meu filho recebeu a vacina da Pfizer no lugar da pentavalente”.
O que se deseja de um secretário é isso o que Vinícius Rodrigues fez, ficar na linha de frente quando um problema ocorre. Ele tomou as providências para entender o erro (que ocorreu em outros municípios também), afastou a responsável pelo erro, mas foi ele conversar com a mãe. É um ato óbvio que externa respeito pelo bebê paciente, pela mãe, pelos servidores e pela administração como um todo.
Tão grave quanto o erro da troca das vacinas, seria a omissão do titular da pasta em tomar a frente do fato. E isso não ocorreu. Tivesse ocorrido e a sociedade teria malhado Vinícius Rodrigues. Esse reconhecimento sobre seu ótimo trabalho não vai mudar minha postura de criticá-lo quando assim entender necessário, mas se fazia necessário para deixar claro que não persigo o secretário, apenas aponto quando não concordo ou, como agora, concordo. Essa é a postura que cabe a um jornalista diante de um servidor público.