Corredor Zona Oeste do BRT ainda é um mistério

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Quem desce a rua paralela a avenida General Carneiro, na altura do Saae, no bairro Cerrado – local onde chega a água bruta captada da represa de Itupararanga e distribuída para praticamente 70% das torneiras de Sorocaba – encontra o local com algum tipo de obra desde a virada do ano passado.

Mas que obras são essas?

Em silêncio (pelo menos não achei no portal da Prefeitura, do Saae ou do BRT um linha sequer sobre o assunto) estão sendo providenciadas mudanças nas tubulações de distribuição de água daquele importante centro de tratamento e água da cidade, ou seja, as tubulações que sempre estiveram sob a avenida General Carneiro vão ser implementadas nas ruas paralelas, para dentro do bairro, com o objetivo de deixar livre o solo da General Carneiro para a implementação do corredor Zona Oeste do BRT (sistema de transporte rápido de ônibus).

Mas neste ponto reside outro mistério. Também não achei uma linha sequer sobre o assunto no portal da Prefeitura, do Saae ou do BRT. Na imprensa, as últimas notícias sobre este corredor foram as centenárias árvores suprimidas da General Carneiro em 2021.

Quando dos corredores Itavuvu e Ipanema, na Zona Norte, o noticiário foi tão vasto, amplo e “positivo” que nunca ninguém teve dúvida sobre a sua realização. O que quer dizer, então, o silêncio sobre este corredor da General Carneiro? Que ele não vai ser implementado? Acho difícil uma vez que o projeto BRT aprovado com vasto dinheiro público e com o dinheiro privado das empresas que se juntaram em consórcio para sua implementação prevê o sistema todo, não apenas o trecho já feito. Qualquer desistência vai provocar algum tipo de investigação.

Quando o projeto BRT foi aprovado (isso vem do então prefeito Lippi, passa por Pannunzio e é assinado por Crespo) todos queriam apenas o corredor Zona Norte, claramente viável economicamente. Esquecer-se, agora, do corredor Zona Oeste, portanto, seria algo bom para todas as partes. Mas, a lei, a que deu a concessão, a que regula o sistema de transporte, foi clara em dizer que era tudo ou nada. Prefeitura e BRT preferiram tudo.

Paralelo a essa realidade, um grupo com quase 300 comerciantes da avenida General Carneiro pediu ao prefeito Manga a não implementação do corredor BRT no local. O prefeito montou uma comissão para avaliar o pedido. Isso tem quase dois meses. Há uma semana o prefeito trocou o comandante da Urbes, empresa pública que gerencia o   transporte na cidade. Enfim, comerciantes, comissão e Urbes fazem silêncio sobre o BRT neste lado da cidade. Apenas o Saae cafunga a terra nas ruas paralelas… mas em silêncio.

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