Fiz parte do primeiro grupo de pessoas da organização de fundação do, hoje extinto, jornal Bom Dia, o primeiro jornal impresso nascido depois do advento da Internet e também o primeiro impresso em rede do Brasil.
Entre as inovações trazidas, o Bom Dia instituiu o Conselho de Leitores, ou seja, selecionou entre as pessoas eu liam o jornal e que se inscreveram para a seleção de pertencer ao conselho um grupo para sugerir pautas, avaliar as publicações, entrevistar personalidades… O olhar do leitor pesava na forma como cada editor-chefe conduzia a sua equipe. Eu fui o editor de Sorocaba.
Dias atrás, numa postagem, uma ex-integrante do Conselho de Leitores quis saber o que eu faço hoje em dia. Falei que este blog e assessoria. Então ela emendou alguma coisa do tipo então você não trabalha mais…kkkkk.
A verdade é que para quem não é da área, sempre é um tanto mais difícil explicar o trabalho do jornalista.
Me lembrei disso diante da gafe de Eliane Cantanhêde, colunista do jornal O Estado de S.Paulo e da GloboNews TV, ao achar que o presidente estava falando um inglês razoável em evento da Cúpula das Américas. Era a voz do intérprete. O que seria para ser apenas gozação despertou a lembrança do preconceito dela em relação a Lula que não fez faculdade e não falava um português correto. Cantanhêde era, não sei se ainda é, casada com um tucano de alta plumagem quando defendia o PSDB com escancarados ataques a Lula.
Você, leitor, deve estar se perguntando como se une o fato agora acontecido com Cantanhêde e minhas lembranças. Bem, se une pela fábula da “Tartaruga em cima do poste”. Como sabemos, a aerodinâmica da tartaruga impede que ela suba num poste o que significa que se ela está lá é porque alguém a colocou. Cantanhede foi colocada onde está por cumprir seu papel de defender alguns atacando outros. Ela é confiável.
Eu? Bem eu sigo por aqui mesmo… no chão. Sempre que houve possibilidade eu subi pelas minhas habilidades e fui tirado de onde estava por falta de outras. O leitor, ouvinte, telespectador, internauta…, com raras exceções, se dá conta disso. No geral, eles acham que as Cantanhêdes da vida são mesmo boas.