Padre Vaguinho postou vídeo e compartilhou em redes sociais para denunciar o que entendeu
O vereador Rodrigo Manga (DEM), presidente da Câmara Municipal de Sorocaba, formalizou nesta quarta-feira (22) convite à secretária municipal de Igualdade e Assistência Social, Cíntia de Almeida, para que compareça à sessão ordinária do Legislativo de Sorocaba desta quinta-feira (23). Antes desse ato, de maneira informal, ao vivo no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz), ele havia revelado essa intenção após comentar a repercussão do vídeo postado na rede social Facebook, na terça (21), pelo padre Wagner Lopes Ruivo, da Paróquia São José Operário, que fica na Vila Progresso, em Sorocaba, afirmando que a distribuição de sopa aos moradores de rua estaria proibido na cidade.
Posso até acreditar que a intenção de padre ao gravar vídeo e compartilhá-lo nas redes sociais tinha a intenção de chamar a atenção para o que ele acreditava ser um problema. Mas na prática não passou de um ato político partidário. A interpretação do padre a abordagem da Guarda Municipal foi tratada como se fosse a mais absoluta verdade. O fato é que o padre Vaguinho está longe de ser ingênuo e sabia das consequências do seu ato. Mais que isso, o padre Vaguinho é companheiro de Anselmo Neto eleito vereador graças ao apoio que a Renovação Carismática da Igreja Católica dá a ele e, de licença, ocupa a pasta de Relações Institucionais da Prefeitura. Portanto, quisesse somente revolver o que ele entendia como sendo um problema, teria procurado o prefeito através do secretário seu amigo. Mas ele queria fazer política. E fez.
Culpa do prefeito
Está evidente que há quase nenhuma paciência com o governo Crespo por parte de expressiva parcela da sociedade. Crespo sabe disso, mesmo assim não controla os atos do seu governo. Essa iniciativa que abriu brecha para o padre Vaguinho se pronunciar da maneira que o fez poderia ser evitada se houvesse planejamento e estratégia. Não há. Está evidente que falta uma linha de comando e conduta onde os ruídos da comunicação precisam ser controlados.
Assim como acredito na boa intenção do padre Vaguinho e que ele não é ingênuo, acredito na boa intenção da secretária Cíntia de Almeida e que ela não é ingênua. Mas seja qual for o projeto e programa por trás da ação de Cíntia de Almeida e do delegado Pupin, titular da Guarda Municipal, elas já estão em segundo plano. O protagonismo ficou com o padre Vaguinho. E o problema pessoal (dos moradores de rua, viciados, abandonados e sua famílias) e o problema social (essa questão onde atuam pastorais são de toda a cidade) seguem ser qualquer tipo de solução.
Agora, se aproveitando do holofote e luzes alcançadas pelo padre Vaguinho, a Câmara vai querer também brilhar um pouco. Manga foi ágil ao perceber isso ao vivo hoje no Jornal da Ipanema onde ele foi falar de outro assunto, mas falou mesmo sobre esse.