O 1º Café das Pretas foi o nome dado pelo Conselho da Comunidade Negra de Sorocaba para celebrar o Dia das Mulheres Negras Latinoamericanas e Caribenhas – um marco de reflexão e de luta sobre as condições de vida das mulheres negras triplamente atingidas pelo entrelaçamento do racismo e do machismo com a brutal exploração capitalista.
“As marcas dos 388 anos de escravidão e do patriarcado atingem duramente a vida das mulheres negras na América Latina e Caribe resultando em baixos salários, altíssimo desemprego, chefias de famílias em situação de pobreza extrema, mortes em decorrência de abortos clandestinos e inseguros, altas taxas de feminicídio, baixo acesso a sistemas públicos de saúde, cultura do estupro, invisibilidade e sub-representação nos espaços de poder”, explicam as integrantes que organizaram o evento ocorrido na última quarta-feira (Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Sorocaba; Conselho Municipal dos Direitos da Mulher; Coordenadoria da Igualdade Racial e da Mulher da Prefeitura de Sorocaba).
Maria Tereza Ferreira, que faz parte do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Sorocaba, durante o 1º Café das Pretas, afirmou: “Quando você promove a discussão do negro dentro do movimento feminista, dizendo que você é a protagonista da sua história, você cria um problema com as mulheres não-negras porque elas não conseguem tirar o pé do privilégios delas e falar: então vai, agora é a sua vez! Então o privilégio precisa ser discutido também dentro do movimento feminista”