“Olive Kitteridge” é o título do livro de Elizabeth Strout, autora estadunidense que além de escritora é professora de “Escrita Criativa” e “Humanidades” em universidades dos Estados Unidos onde ministra aulas a quem pretende escrever ficção.
Eu adoro Olive, personagem do livro. Instigante a minha identificação com seu comportamento e pensamento. Não li nenhum outro livro de Strout. Mas tenho ela na prateleira de meus escritores favoritos ao lado do italiano Domenico Starnonne e da canadense Alice Munro. Todos os três escritores tratam, guardadas as proporções, de família, filhos e suas relações.
“Olive Kitteridge” envolve treze histórias onde ela é protagonista na maioria delas, mas também coadjuvante. Ficamos familiarizados com a sua influência em sua casa e também na sua comunidade.
Fosse eu o editor de Strout e lhe pediria para mudar o nome do livro para “A Professora de Matemática”. Há outros livros cujo o título é o nome próprio da personagem. É só uma questão de gosto. Olive senão foi a professora de matemática dos outros personagens do livro, essa sua atividade a aproximou deles. Um ex-aluno que volta à cidade para se matar; uma ex-colega de escola quem o filho preso por homicídio; a anorexia da filha de uma de suas vizinhas; a noiva do filho…
Na Max TV, no streaming Amazon Prime, há a série “Olive Kitteridge”. É uma excelente versão do livro, mas apenas isso. A série não é o livro. Aliás, adorei a série também. Mas minha Olive não é a da série da TV, embora em alguns momentos o comportamento de ambas seja o mesmo, no livro e série.
Olive tem um humor muito específico, com o qual me identifico. É um prazer me reconhecer nela e na sua surpresa diante das mudanças pelas quais passam o mundo e as pessoas.
Acabar de ler o livro foi doloroso para mim. É como se uma amiga querida tivesse partido. Eu sinto falta de Olive.