Uma moradora de Sorocaba encontrou o prefeito Crespo em um restaurante de Montevidéu, no Uruguai, no último domingo (7 de julho), tirou uma foto e deu a imagem para a TV Tem Sorocaba e Portal G1.
Hoje – dois dias depois da votação na Câmara de Vereadores que garantiu a vice-prefeita, Jaqueline Coutinho no cargo, se livrando da cassação pedida pela Comissão Processante – os dois veículos de comunicação, que são do mesmo grupo, divulgaram a foto do prefeito no Uruguai.
Qual a importância desse fato?
Primeiro, o prefeito apresentou atestado médico aos vereadores, emitido no dia 3 de julho, em São Paulo, com a informação de que o médico determina que ele devia “permanecer em repouso domiciliar” por 14 dias, ou seja, até 17 de julho.
Segundo, coincidentemente o atestado médico livrou o prefeito de depor na Comissão Processante que só poderá concluir seu relatório se o ouvir. O prazo é 3 de agosto.
Terceiro, fica claro que Crespo desobedeceu a ordem médica para ir fazer turismo e se negou a desobedecer ordem médica para depor aos vereadores, o que é de interesse público.
Minha interpretação: não há ilegalidade no que fez o prefeito, mas absoluta imoralidade, uma pataquada que, segundo o Dicionário inFormal, significa “fazer coisa errada, ‘fazer merda’, mas nada sério”; sinônimo de “presepada” ou de “palhaçada”. Pataguada também é usado quando “alguém conta alguma mentira descarada ou discorre longamente com algum discurso vazio, sem sentido ou muito técnico”.
Qual a conseqüência desse fato?
Os aliados da vice-prefeita, Jaqueline Coutinho, que está garantida no cargo após se livrar do pedido de cassação, entendem que essa pataguada de Crespo possa ajudar os vereadores a ter a opinião de que ele não deva seguir no cargo, ou seja, Jaqueline seria, assim, a prefeita de Sorocaba.
Por que a TV levou 5 dias para noticiar?
Na reportagem apresentada na TV e no portal essa pergunta não é esclarecida, mas entendo que a moradora de Sorocaba que entregou a foto ao G1 e TV Tem tenha feito isso soa na quarta-feira, após o feriado de terça. E, ainda, que entre o dia que recebeu a foto e a sua veiculação os jornalistas tenham usado esse tempo para checar a veracidade da foto e da ida do prefeito ao Uruguai. Ou seja, não há do ponto de vista técnico-jornalístico nada de errado entre a data da foto (dia 7) e da sua veiculação (dia 12).