Até o dia 14, motoristas não podem fazer greve e contraproposta deve melhorar

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GreveOnibus

Desembargadores do TRT mediaram na tarde de hoje o encontro entre as partes: motoristas de um lado, empresários e prefeitura do outro

Em audiência no Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas, que reuniu representantes das empresas que operam o sistema de transporte coletivo de Sorocaba, além de advogados da Urbes (empresa municipal que gerencia o transporte) e dirigentes do Sindicato dos Transportes (no qual estão associados os motoristas de ônibus) ficou decidido que até o próximo dia 14 os motoristas estão impedidos de fazer greve (se decidirem fazer estarão fora do que diz a legislação e arcarão com as consequências) e as empresas terão de melhorar a proposta de reajuste salarial.

O que está em questão é o dinheiro do sorocabano.

Obviamente que todo e qualquer trabalhador deve ter, no mínimo, a reposição da inflação que comeu o poder de compra do seu salário.

Obviamente que todo empresário, no risco de promover a produção do seu negócio, deve ganhar o suficiente para cobrir os seus custos e ainda ter lucro onde possa ser reinvestido no próprio negócio.

Obviamente que todo usuário de transporte quer pagar o menor preço na tarifa.

Obviamente que a Prefeitura (que regulamenta o preço da tarifa e banca as empresas que transportam passageiros que pagam meia – estudantes – ou não pagam – quem tem mais de 60 anos ou é portador de alguma deficiência e usa o transporte especial) terá de fazer a opção de como gastar o seu dinheiro, uma vez que não há arrecadação para tudo (aumentar o subsídio às empresas de ônibus, hoje está em R$ 70 milhões, segundo a Urbes; reajustar salário do servidor público; investir 25% em educação, investir 30% – uma vez que os 15% são insuficientes – e ainda fazer obras de interesse do cidadão).

Alguém vai pagar por isso. E claro que esse alguém é o cidadão, o pagador de impostos, seja pelo aumento de subsídio que a prefeitura venha dar às empresas ou por uma tarifa mais cara.

Ou há erro neste um raciocínio?

A reivindicação dos motoristas é o reajuste salarial composto pela reposição da inflação de 3.58% (a média de quatro índices – INPC/IBGE, IGP-M/FGV, IPC/FIPE e ICV/DIEESE), mais um aumento real de 6% nos salários e aumento no tíquete-refeição/diária, na participação nos lucros e resultados (PLR) e contratação de mais agentes de bordo.

As empresas concessionárias ofereceram um reajuste de 2,5% que, segundo a Urbes, provocará um impacto de R$ 5 milhões a mais por ano. Qualquer índice acima disso, portanto, o impacto será maior.

Para 2017, a Urbes prevê um subsídio estimado em aproximadamente R$ 70 milhões para garantir a manutenção do equilíbrio econômico e financeiro desse sistema composto pelas empresas concessionárias (Consor e STU) para atender às gratuidades e descontos especiais nas tarifas oferecidas à população.

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