Botão do pânico, proposta da área de segurança apresentado na campanha do candidato eleito, vai beneficiar cerca de 100 mulheres que vivem em situação de risco. Marketing escondeu este limitado número de mulheres alcançadas pela proposta

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jaquelineA vice-prefeita eleita por Sorocaba, a delegada de polícia Jaqueline Coutinho (PTB), participou hoje (10/11) da coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema (FM 91,1 MHz) e esbanjou simpatia e sinceridade, um fato raro nos políticos. Aliás, esta foi a primeira vez que ela se candidatou e já obteve sucesso. A entrevista girou em torno de diferentes temas, durou mais de uma hora e num dado momento foi possível se compreender uma das propostas da campanha eleitoral do prefeito eleito José Crespo (DEM): o botão do pânico. É um recurso no aplicativo de um smarthphone que a mulher vítima de violência que se sente ameaçada clica e, via o GPS do celular, a viatura mais próxima da Guarda Civil Municipal se dirige até ela e se for um flagrante encaminha o agressor para a Polícia Civil e se for o caso, a ser analisada no momento, o guarda apenas orienta o agressor.

O que o marketing eleitoral da campanha não deu foco e nem luz neste projeto (e a imprensa de uma maneira geral e os adversários de Crespo igualmente não) é que ele atinge apenas as mulheres violência doméstica que já tiveram o caso julgado e a justiça determina que o agressor (um homem em específico) não aproxime dessa mulher. Ao contrário do que se imaginou ao longo de toda a campanha, o botão do pânico é restrito às mulheres que já passaram pelo calvário de sofrer nas mãos de homens (geralmente o marido) e conseguiram que a justiça mantenha esse homem longe dela. E o universo de pessoas beneficiadas pelo Botão do Pânico, em Sorocaba, revelou a vice-prefeita eleita na manhã de hoje é de cerca de 100 mulheres. Isso mesmo, somente 100.

Violência contra a Mulher

Jaqueline Coutinho ressaltou que, em sua experiência como delegada, sendo 20 anos à frente da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), muitos homens que são denunciados por conta de agressão costumam retalhar a vítima. “Se não toma atitude de se separar do indivíduo, ele ameaça, constrange e até pode matá-la”, afirma. “Se ela procurou a polícia, há medidas protetivas impostas pelo juiz para afastá-la do indivíduo, porém, não temos ação que garanta isso, pois ela não terá um policial ao lado dela 24 horas”.

Botão do Pânico

Neste ponto, ela cita um dos planos de governo de Crespo, encabeçado por ela, que é o chamado “botão do pânico”. “Ela [a vítima] vai baixar [no celular smartphone] esse aplicativo. Acionado o botão, a informação chega à Guarda Civil Municipal”, explica. “Ela se cadastra no aplicativo e, se o indivíduo se aproximar dela, aciona o botão, a guarda municipal aciona a viatura e vai lá e, se for necessário, realiza a prisão do indivíduo em flagrante”, destaca. “A vítima faz o boletim de ocorrência, o juiz concede e ela com o aplicativo baixado. Isso acontece muito rápido, mas lógico que teremos de ter um sistema integrado”, relata, afirmando que é necessário, para isso, uma rede de informações interligando a prefeitura e a polícia. Sobre a questão de nem todas as pessoas possuírem um smartphone para utilizar o aplicativo, a futura vice-prefeita afirma que é necessário um método para que todos tenham acesso ao sistema.

À espera da aposentadoria e trabalhando

Durante este tempo até começar o mandato, Jaqueline informou que voltou a exercer a profissão de delegada na Delegacia Seccional de Sorocaba, posto onde fica até 31 de dezembro. A partir deste ponto, ela se afasta das funções de delegada para assumir como vice-prefeita, mas espera antes disso que sua aposentadoria, que ela já requereu após 32 anos de trabalho, seja expedida. Sobre o período de espera até assumir o governo, ela relatou que “a partir do momento que nos empenhamos nesta campanha e fomos eleitos graças ao povo, nada mais justo que tenhamos um tempo de tranquilidade, para a partir de janeiro começarmos o governo com todo o gás”, disse.

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