Meu sentimento, externado em postagem de ontem, de que há uma clara preparação para uma nova Comissão Processante (instrumento para a cassação do prefeito) em curso, era verdadeiro.
Falei do clima de paz e tranquilidade que precede o clímax do filme de terror (usei o exemplo de O Silêncio dos Inocentes) e no final da tarde, depois da postagem, recebi documento (a cópia que recebi ainda não tinha assinatura para se conhecer o autor) que circulou entre os servidores públicos municipais via WhatsApp em tom de comemoração.
Um desses funcionários, o qual me reservo o direito de preservar o seu nome, afim de protege-lo de qualquer perseguição, me explicou assim a euforia dele e colegas: “Este é o pior prefeito da história de Sorocaba. Apoiei-o nas eleições e inclusive me encontrei com ele em duas oportunidades, quando ele prometeu mundos e fundos e fez exatamente o contrário. Ele persegue o funcionalismo.”
O objeto do pedido da cassação é o convênio da Prefeitura com a Cies-Global e acusa o prefeito de negligência na defesa do interesse público, apontando 10 irregularidades nos pagamentos da empresa.
Mas, obviamente, esse objeto pouco importa, uma vez que já existe para o tema uma CPI dentro da Câmara. O que importa, de verdade, é cassar o mandato do prefeito como foi feito no ano passado.
O vereador Rodrigo Manga, presidente da Câmara, por lei, deve colocar em plenário a decisão pela abertura de uma comissão processante (semelhante a que resultou na cassação do prefeito em 2017) e para isso bastam 11 votos. Para uma eventual cassação, porém, são necessários 14 votos.
Afirmei que a agitação no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba – e entre os vereadores e seus assessores ligados ao funcionalismo público – era indicativo de que alguém do sindicato possa ser o agente desse pedido. Mas Salatiel Hergezel, presidente da entidade, me disse que não tem nada com esse pedido e que ele teria partido do Movip (Movimento de Iniciativa Popular).