A Corregedoria Geral do Município da Prefeitura de Sorocaba arquivou a denúncia de agressão por arma de choque feita por Célia Ramos contra o soldado de plantão no PA (Pronto Atendimento) do bairro Laranjeiras, na zona norte da cidade no último dia 3. De acordo com a apuração, que foi divulgada nesta sexta-feira (23/11), o GCM (Guarda Civil Municipal) agiu de acordo com a legislação para conter a paciente, ao usar a arma de choque, enquanto ela fazia uma transmissão ao vivo da falta de atendimento médico no local.
O corregedor Carlos Alberto de Lima Rocco Júnior disse que as imagens das câmeras de segurança da unidade mostraram que a mulher que fez a filmagem tentou tirar a arma de fogo do guarda, por isso sua conduta em fazer o disparo foi correta. Deste modo, a Corregedoria não determinou nenhuma punição administrativa para o guarda e decidiu pelo arquivamento da denúncia contra ele. Na apuração, por meio das imagens, a Corregedoria apontou ainda que há dúvidas sobre o fato da mulher realmente ter sido eletrocutada pela arma de choque, pois houve um disparo que solta dois dardos, sendo que um atingiu a barriga dela e o outro a bolsa.
Mulher discorda
A paciente Célia Ramos disse ao jornal Cruzeiro do Sul (conforme noticiado em sua página na internet: www.jornalcruzeiro.com.br) que ficou sabendo por meio da imprensa sobre a decisão da Corregedoria Geral do Município de arquivar a denúncia contra o guarda civil municipal autor do disparo. Ela classificou o arquivamento como um “absurdo” e negou que tenha tentado tirar a arma de fogo do guarda. O incidente ocorreu no dia 3 de novembro, quando Célia foi até a unidade de saúde porque estava com dor de garganta e febre. “Eu estou muito abalada fisicamente e psicologicamente com toda essa situação e tenho fé que a Justiça vai mostrar a verdade dos fatos. Se o guarda achou que eu estava invadindo um espaço público porque ele não deu voz de prisão e me algemou?”, questionou.
Justiça pelas próprias mãos
O vídeo feito por Célia, que está disponível e pode ser assistido no Youtube pelo link (https://www.youtube.com/watch?v=f3O0Qpk9Q_w), mostra ela narrando a falta de médicos no PA Laranjeiras no instante em que ela grava e que ela estava há 30 minutos sem atendimento, dando a entender que meia hora de espera é muito tempo. Para quem está com dor, sem dúvida, ela tem razão, pois 1 minuto é muito tempo. Mas isso é relativo. Em um hospital particular, ou seja, onde o paciente paga, a espera chega muitas vezes a duas horas.
Outro fato chama a atenção: há dezenas de outros pacientes no vídeo de Célia no PA que estão sendo atendidos, seja com soro ou por alguma enfermeira.
Um médico, claramente cansado dos gritos de Célia, o que realmente atrapalha qualquer tipo de trabalho, em especial da medicina, resolve protestar contra o “show” que ela está dando. A fala dela é de que vai chamar os vereadores Vitão do Cachorrão, Fausto Perez e Hudson Pessini para que eles façam os médicos trabalharem. Portanto, pode sim, ser interpretada como um show.
Outro fato: nenhum outro paciente toma as dores de Célia ou fica ao seu lado. Ou seja, indica de que havia o atendimento normal dentro do PA.
Fico pensando se Célia teve um surto de ansiedade quando começou a gravar ou tentava, mesmo, denunciar uma grave realidade que o seu vídeo não consegue mostrar. Mais, fico pensando se o corregedor tem razão em sua interpretação de que o GCM agiu em legítima defesa, portanto sem agredir a vítima.
Célia não contou a ninguém, pelo menos não li ou ouvi em lugar nenhum, que no passado ela foi assessora do ex-vereador Waldecyr Morelli. Quem sabe ela pretende se lançar candidata a vereadora em 2020 tendo como bandeira a defesa dos usuários das unidades municipais de saúde. É uma ótima bandeira e desejo que ela busque os votos dentro dos limites razoáveis da civilidade e do que preconiza a lei.