Construtora que vai doar viaduto para Sorocaba lidera ranking das mais processadas no Estado de São Paulo

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Lauro Jardim, colunista do Radar da revista Veja e do Radar On Line, publica a seguinte nota: “Em tempos de construtoras de obras públicas enroladas com a Justiça Federal, as construtoras de imóveis residenciais também têm tido mais problemas judiciais. De acordo com levantamento do escritório Tapai Advogados junto à Justiça de São Paulo, o número de processos contra as empresas no estado passou de 2 497 no primeiro semestre de 2014 a 6 115 no segundo semestre, um aumento de 145%. As construtoras mais processadas são a MRV, com 2 855 ações, a PDG, que responde a 981 processos, a Tecnisa, com 605, e a Brookfield, com 310. Até 2013, atrasos na entrega de obras correspondiam a cerca de metade dos processos. Em 2014, no entanto, o cancelamento de contratos foi a causa mais recorrente. Os desentendimentos mais comuns têm acontecido porque consumidores desavisados financiam imóveis sem conhecer o índice que reajusta os preços de acordo com a inflação. Com os valores mais altos que o previsto, quem não consegue cobrir a diferença desiste das compras e vai à Justiça para reaver os valores pagos até então”.
Pois bem, a mesma MRV que lidera esse ranking negativo pretende construir uma conjunto de 22 torres de apartamentos na final da rua João Wagner Wey, perto da Raposo Tavares, e como compensação – como prevê a lei – deve doar para a Prefeitura de Sorocaba uma viaduto que passa sobre a rodovia Raposo Tavares unindo a rua João Wagneer Wey com a do lado de Votorantim. Mas a Ambeu (Associação dos Moradores dos Bairros Elton Ville, Uirapuru e Adjacências) entende que tal viaduto vai transferir para eles todo um transtorno de mobilidade que existe no local.
Sergio Reze, presidente da Ambeu, inclusive, mandou uma correspondência ao prefeito fazendo dois alertas: O primeiro foca no sofrimento que será imposto aos moradores dos bairros dessa região da cidade que se encontram, da noite para o dia, perdendo a qualidade de vida que levaram décadas para conquistar. O segundo chama a atenção para a perigosa relação entre o público e o privado na medida em que para ter aprovado o empreendimento, pelo que temos notícia, a MRV vai doar um viaduto para a municipalidade. Sergio Reze ainda faz ainda um terceiro alerta: “a doação desse viaduto não quer dizer benefício para a municipalidade (vide o transtorno em que os bairros que represento sofrerá), mas para a própria empresa MRV. Durante os últimos meses fiz a pergunta: a quem interessa o viaduto sobre a Raposo Tavares que desemboca na estreita rua João Wagner Wey? E obtive a resposta na última semana. Esse viaduto interessa somente a própria MRV pois essa empresa já planeja fazer um conjunto de apartamentos do outro lado da rodovia. Um empreendimento ainda maior do que as 22 torres hoje sendo vistas como legais por técnicos do governo municipal.”

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