O senador Tasso Jereissati (presidente da CAE – Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado brasileiro designou o senador Armando Monteiro como relator da etapa de negociação dos termos do contrato de financiamento, envolvendo a participação da Secretaria de Assuntos Internacionais (SEAIN), do Ministério do Planejamento, da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e da Procuradoria Geral da Fazenda (PGFN), do Ministério da Fazenda, além da CAF – Corporação Andina de Fomento na época do pedido de empréstimo e atual Banco de Desenvolvimento das Américas – que vai conceder o empréstimo de U$$ 70 milhões para obras viárias em Sorocaba.
Como esse dinheiro será aplicado em infraestrutura urbana, transporte e parque e Sorocaba não possui pendências com a União e apresenta suficiência nas contrapartidas além de capacidade de pagamento, a relatoria foi favorável ao empréstimo na manhã de hoje (22 de maio) e agora será solicitada a votação em caráter de urgência no plenário do Senado afim de agilizar a chegada deste dinheiro a Sorocaba. A informação é do ex-prefeito Pannunzio, em cujo o governo foi feito todo o processo de empréstimo desses 70 milhões de dólares que agora devem beneficiar o governo Crespo. Pannunzio acompanhou a relatoria na comissão do Senado hoje na condição de representante do governo do Estado de São Paulo em Brasília.
Na semana passada, quem havia pedido a aceleração desse empréstimo foi o deputado federal sorocabano Jeferson de Campos. Ele havia conversado sobre esse empréstimo com senador Eunício Oliveira (presidente do Senado) que, atendendo ao seu pedido, fez a leitura em plenário da mensagem autorizativa do empréstimo do CAF (atual Banco de Desenvolvimento das Américas) a cidade de Sorocaba.
Herança bendita
Crespo e Pannunzio foram durante décadas amigos. Crespo foi secretário de Pannunzio no final dos anos 80 e juntos construíram os terminais de ônibus, juntos fizeram dobradinha quando candidatos a deputado federal e estadual; Crespo foi candidato a prefeito de Pannunzio; a família de ambos eram amigas. Até que a política levou cada um para um caminho e, quando prefeito, Pannunzio teve a resistência e oposição de Crespo a quem chamou de “rainha da Inglaterra”. Pannunzio devolveu e chamou Crespo de “parlapatão”. Crespo virou prefeito e passou o primeiro ano inteiro do mandato dizendo que recebeu uma herança maldita de Pannunzio (dívida de R$ 200 milhões). Pannunzio teve aprovada, sem ressalva, sua contas no Tribunal de Contas e disse que essa foi a melhor resposta dada a Crespo.
O fato, com esse empréstimo de 70 milhões de dólares, é que Crespo recebe uma herança bendita de Pannunzio que foi quem fez todo o processo de empréstimo que não saiu em seu governo devido a questões do endividamento nacional. Além do dinheiro, Crespo recebe a chance, também, de criar uma ponte para se reaproximar de Pannunzio. Para isso basta reconhecer que todo o processo foi feito por Pannunzio e chamá-lo para cerimônia da chegada desse dinheiro. Será, se ele fizer isso, um ato reprublicano digno do que a sociedade deseja dos políticos.
Quais obras previstas
Quando a Prefeitura de Sorocaba (gestão Pannunzio) iniciou a operação de crédito internacional de U$70 milhões junto a CAF, argumentou que o dinheiro seria usado no Programa Mobilidade Total e previa aa aplicação desses recursos em obras de construção da avenida Marginal Direita do rio Sorocaba, de um Parque Linear junto ao córrego do Itanguá (região da Av. Luiz Mendes de Almeida); uma Nova Ponte sobre o rio Sorocaba, ligando a Av. São Paulo à Rua XV de Novembro e um Viaduto sobre a Avenida Itavuvu, ligando as Avenidas Edward Fru-Fru e Ulysses Guimarães.
FOTO: Senador Armando Monteiro e Pannunzio (representante do governo do Estado de São Paulo em Brasília) na manhã de hoje na capital federal