Curadora diz que minha postagem é exemplo de Pós-Verdade

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DanielaLabraDaniela Labra – curadora da Trienal de Artes Sesc: Frestas Pós Verdades e Acontecimento – que acontece até dezembro em Sorocaba, contesta minha última postagem sobre o tema (https://odedaquestao.com.br/grupo-performatico-teria-preparado-manifestacao-contra-o-prefeito-na-abertura-do-frestas-mas-como-ele-nao-foi-sobrou-protestar-contra-a-classe-politica-com-fotos-entre-elas-a-do-presidente-da-fiesp/). Mais, ela classifica essa postagem como “um exemplo de como um boato se torna uma verdade de mentira” após discussão “de como se formam as fake news e as pós verdades”.

A íntegra do que diz a curadora

Caros, como curadora chefe da Trienal Frestas, o maior evento de arte contemporânea do país este ano, promovido pelo Sesc Sorocaba, expresso minha surpresa com esta falsa notícia que apenas provoca falsa polêmica. Não há nem houve nenhuma intenção em protestar contra o prefeito da cidade com a performance de abertura, e muito menos ofender esta que é a instituição sócio cultural mais importante do país atualmente. Discutimos na exposição como se formam as fake news e as pós verdades, e este é um exemplo de como um boato se torna uma verdade de mentira. Fico à disposição para uma entrevista ou conversa que possa esclarecer esta e outras ações artísticas que estão mexendo com a cidade e promovendo debates intensos e importantes. Um abraço, Daniela Labra.

Entenda Fake News e Pós-Verdade

O termos em inglês fake (falso) news (notícias) deram origem ao conceito Fake News que nada mais é do notícias falsas, mas que aparentam ser verdadeiras, ou seja, uma mentira revestida de artifícios que lhe conferem aparência de verdade. No geral as Fake News nascem em sites cujas “notícias” não têm autoria, são anônimos e estão bombando nas bolhas sociais criadas pelo Facebook e proliferam boatos, calúnias, difamações e até correntes de WhatsApp.

Esse conceito de Fake News deu origem para um outro conceito, o de “pós-verdade”, um dos temas da Trienal do Sesc, cujos as características podem assim serem resumidas:

  1. São sites registrados com domínio .com ou .org (sem o .br no final), o que dificulta a identificação de seus responsáveis com a mesma transparência que os domínios registrados no Brasil.
  2. Não possuem qualquer página identificando seus administradores, corpo editorial ou jornalistas. Quando existe, a página ‘Quem Somos’ não diz nada que permita identificar as pessoas responsáveis pelo site e seu conteúdo.
  3. As “notícias” não são assinadas.
  4. As “notícias” são cheias de opiniões (cujos autores também não são identificados) e discursos de ódio (haters).
  5. Intensiva publicação de novas “notícias” a cada poucos minutos ou horas.
  6. Possuem nomes parecidos com os de outros sites jornalísticos ou blogs autorais já bastante difundidos.
  7. Seus layouts deliberadamente poluídos e confusos fazem-lhes parecer grandes sites de notícias, o que lhes confere credibilidade para usuários mais leigos.
  8. São repletas de propagandas (ads do Google), o que significa que a cada nova visualização o dono do site recebe alguns centavos (estamos falando de páginas cujos conteúdos são compartilhados dezenas ou centenas de milhares de vezes por dia no Facebook).

O que é O Deda Questão

A coluna O Deda Questão nasceu dentro do Jornal da Ipanema, na Rádio Ipanema de Sorocaba (FM 91,1 Mhz), onde segue no ar, ao vivo, de segunda a sexta-feira, a partir das 8h30.

A coluna é uma criação minha e traz minha experiência profissional entre elas a de ter sido editor-chefe dos jornais Cruzeiro do Sul e Bom Dia.

O Deda Questão (na Rádio Ipanema e neste blog) traz os bastidores políticos de Sorocaba e região, além de fatos marcantes do Brasil e do mundo, com o contexto dos fatos, decisões e alianças políticas e empresariais de Sorocaba e suas relações com os governos Municipal, Estadual e Federal.

O compromisso da coluna O Deda Questão é com uma visão crítica dos fatos, análise das informações e a mesma qualidade de jornalismo sério e independente que marca a minha vida profissional.

Ou seja, este blog está bem longe de se enquadrar como exemplo de qualquer Fake News ou Pós-Verdade como apregoado pela curadora.

Minha fonte mantém o que diz

Como costumo fazer, dou voz em O Deda Questão a quem está dentro do que acontece no ambiente de poder, mas não pode aparecer. Este foi o caso da nota contestada pela curadora da Trienal. Pedi que minha fonte lesse o comentário dela e sua reação foi a seguinte: “Ela (Daniela) deve ter tomado uma bronca depois do seu texto e escreveu este comentário para justificar o injustificável. Ficou show o seu texto e sei que ele chegou ao Danilo Miranda.”

Não me conforta esse desentendimento com Daniela Labra, que não conheço pessoalmente, apenas o resultado de sua atuação profissional e tenho total respeito pelo seu brilhante currículo (vale a pena conferir, basta dar um gugou). Minha dedicação jornalística a essa cidade e minha dedicação pessoal às liberdades, em especial a de expressão, me fazem um aliado da Trienal de Artes Sesc: Frestas Pós Verdades e Acontecimento. E fica aqui o compromisso de uma entrevista. Será um prazer de conversa certamente.

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