Desapega do gramscismo! Dei voz a sindicalista e levei pau

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A coluna O Deda Questão no Jornal Ipanema (FM 91,1Mhz) na manhã de hoje se transformou em um debate amplo, sobre aspextos precários da saúde em Sorocaba, envolvendo o âncora José Roberto Ercolin, eu e autoridades que estavam ouvindo e foram mandando suas manifestações assim como os ouvintes do dia a dia também se expressaram.

O padre Flávio Miguel, provedor da Santa Casa, explicou que a capacidade do hospital está 100%, a secretária da Saúde; a secretária da Saúde, Marina Elaine Pereira, estava em São Paulo, mas ouvindo a coluna O Deda Questão, para falar com o secretário da saúde a respeito do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, que ontem informou que também estava com a UTI NeoNatal 100% lotada e sem previsão de liberar vagas (leia reportagem no portal IpaOnline a respeito). Eu tive uma posição contundente de que cabe ao município (prefeito ou secretária da Saúde) assumir a gestão do problema em especial na necessidade atual onde a falta de chuva está sacrificando todo mundo.

Enfim, era um debate sobre planejamento (em 2019 já há solução em vista), gestão e o dinheiro da lei, ou seja, o que é do município, mas também do Estado e União.

Nesse momento recebi mensagem de voz de Izídio de Brito, da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, onde ele falou de seu projeto, de 5 anos atrás, para a construção do Hospital Municipal de Sorocaba que traria mais 300 leitos à cidades. E ele culpou o PSDB e o DEM (atual e ex-prefeito) pelo problema das faltas de vagas que a cidade enfrenta no momento, inclusive na rede particular.

O presidente do diretório municipal do PSDB entrou no debate e lembrou que os 13 anos do governo Lula/Dilma não reajustaram a tabela SUS, mas foi didático em dizer que tem que haver um novo pacto e lógica no Sistema Único de Saúde.

Puxão de orelha

Mesmo assim, Nélson Cossermelli, empresário, meu amigo pessoal, não se conteve e puxou minha orelha no ar com a seguinte expressão: “O padre trabalha, os deputados ajudam e o sindicalista faz política! Desapega do gramscismo Deda!! Vai fazer um bem danado pra você!!”

Está claro que Nélson não é eleitor da esquerda, porém tampouco de Bolsonaro, antes que alguém assim o classifique. Ele defende o sistema liberal e é favor da harmonia das tendências e diferenças ideológicas e políticas. Mas tem a posição dele e foco em quem deve ser combatido.

Sobre o teor da fala de Nélson, concordo que a partidarização da discussão, colocada por Izídio dr Brito, destoou do debate que estava no ar por mais de uma hora. Mas repito o que já disse em outras oportunidades, parafraseando Voltaire, posso não concordar com nada de que alguém diga, mas defenderia até o fim o direito dela se expressar.

Não sou um jornalista a favor de nenhum político, grupo ou tendência ideológica, embora, obviamente, eu tenha a minha posição e opinião. Mas reafirmo que faço um trabalho que aos olhos alheios pode ser interpretado com a lente que queiram, mas que não estou a serviço de ninguém, a não ser do leitor e do ouvinte. Frequentemente me acusam de defender o prefeito (isso ocorre há anos, aliás), me chamam de comunista, petista, tucano e me chamam até de autoritário. Mas obviamente sei que há os que entendem o que eu faço e isso que dá sentido a seguir fazendo.

O que a doutrina Gramscista

Fiz um apanhado de textos sobre o tema para tentar explicar o que vem a ser o neologismo Gramscista e ajudar meus leitores a entender do que fui acusado.

Ele nasce do sobrenome do filósofo italiano António Gramsci.

Na Revolução Russa, Lênin aplicou as idéias doutrinárias de Marx (ou marxismo) impondo um novo regime político e social na base da força e por meio da Revolução Bolchevista. A esse processo foi dado o nome de leninismo.

Gramsci foi um estudioso do leninismo e concluiu que havia outros meios, mais eficazes para se empregar uma revolução, e começou a reescrever o seu “Caderno do Cárcere”, onde fundamentou uma nova doutrina para se implantar o marxismo: Manipulando mentes e infiltrando ativistas comunistas nos meios jornalísticos, na mídia, na religião, na política e nos meios educacionais, a doutrina Gramscista cria uma homogenia social, dá forma à ilusão e edifica a crença de que uma grande mentira contada mil vezes, passa a ser verdade.

É disso que meu amigo quer que eu me desapegue, ou seja, que eu desapegue de conceitos marxistas, impedindo que os que pregam o comunismo, como os sindicalistas, tenham voz nas mídias onde eu atuo.

Como todos têm voz, inclusive a voz dominante no caso da discussão de hoje é a de quem detém o poder, o puxão de orelha de meu amigo foi absolutamente sem propósito. Não entendo que precise tutelar meu leitor e nem meu ouvinte e que com mais informação e diversificação ele terá a chance de formar o seu caminho.

Para muitas pessoas, e aí não estou mais falando do meu amigo que me chamou de um instrumento do gramscismo, as “novelas, imprensa, comerciais, filmes, propagandas, revistas, mensagens, programas de rádio, peças teatrais, seriados, redes sociais, comunidades, ONGs, organizações estudantis, ensinos e culturas marxistas, partidos, políticos, tudo foi sendo municiado com doses maciças de gramscismo e as mensagens e ideais comunistas foram aos poucos, sendo injetados no consciente do brasileiro. Na linguagem popular, podemos chamar este processo de uma ‘grande lavagem cerebral comunitária’. O comunismo está nas veias de muitos brasileiros, contaminando células e infectando órgãos como o cérebro. Hitler disseminou o mesmo processo para dominar a Alemanha e fundamentar o nazismo. Há portanto no Brasil, uma grande massa de contaminados pelo gramscismo, os ‘idiotizados’ ao que Gramsci os qualifica e os chama de, os ‘idiotas úteis’.”

Você, meu leitor, se julga um idiota útil?

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