Em sua última entrevista como prefeito, Pannunzio evita polêmica com Alckmin, Crespo e Vitor Lippi. E revela sonho de trabalhar por Assembléia Constituinte

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O prefeito Pannunzio deixa o cargo no próximo sábado e na manhã de hoje concedeu sua última entrevista à coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz).

Relação fraterna com governador

Comecei perguntando sobre o cano que ele levou de Alckmin, na sexta-feira passada, quando o governador cancelou sua vinda a Sorocaba, após ter confirmado que viria, por medo de manifestações na inauguração do Residencial Carandá. E ele respondeu com uma tranquilidade que jogou água fria em qualquer polêmcia: “A minha relação pessoal com o governador Geraldo Alckmin, de companheiros de partido, continua como sempre foi. Eu posso dizer, quando vou a São Paulo, sem marcar audiência, peço para ser recebido pelo governador e sou recebido, converso e trato dos assuntos que tenho que tratar”, disse. Pannunzio ainda destacou que não houve nenhum desgaste no relacionamento pelo fato de o PSDB ter perdido as eleições em Sorocaba depois de 20 anos no poder. “As relações pessoais e fraternas que eu tenho com o governador não se abalaram por conta de eleições ou do PSDB ter perdido o governo em Sorocaba. Aliás, depois de 20 anos, é natural que haja uma alternância. A democracia não pressupõe, o tempo todo, um só partido ocupando os cargos majoritários”, finalizou.

Pannunzio lembrou que a imprensa vive citando proncunciamentos de um lado e outro, mas que fruticas não vão abalar a amizade deles.

Antes da eleição, era justificável fala de Crespo

O prefeito ouviu trecho da entrevista concedida pelo prefeito eleito na última quinta-feira na coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema quando disse que iria à inauguração do Carandá pela liturgia do cargo e por ter sido convidado pelo governador, mas que considerava oca e vazia uma inauguração onde o cidadão não receberia sua chave. Pannunzio disse que se fosse antes da eleição a fala de um adversário, como Crespo foi na eleição, seria plenamente justificável, mas que agora que o pleito está resolvido ele não vê lógica neste tipo de afirmação, mas que pensar desse modo é um problema do Crespo e não dele.

Doce na forma, mas duro na mensagem a Lippi

O prefeito também ouviu trecho da entrevista concedida pelo deputado federal Vitor Lippi na coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema, na manhã de segunda-feira, a respeito do Carandá. O prefeito Pannunzio, a quem coube administrar e criar o básico de infraestrutura para que o Carandá saísse do papel, foi citado por mais de uma vez ao longo da entrevista como sendo alguém que tem uma visão diferente da de Lippi e que se ele fosse o prefeito á época não autorizaria a implantação de dois bairros que juntos são maiores do que 8 cidades da região. Lippi, então, cutucou o prefeito perguntando: “quantas moradias ele construiu?” E ele mesmo respondendo: “que eu saiba nenhuma”

Hoje, quando ouviu este trecho, Pannunzio foi doce na forma como se pronunciou, mas deixou uma mensagem dura ao seu colega de partido: “Não vou julgar paternidade, mas lembro que fomos saneando um a um os problemas de contratos mal feitos, sem a devida prospecção de solo (o que levou à construção de obra em cima de área com gás), sem projeto executivo (o que levou à queda do teto da Arena Multiuso). Não vou desmerecer ninguém, mas não me venha dizer que minha administração não fez nada. Recebi o Carandá assinado e poderia não ter levado adiante, mas levei e tirei do papel esse importante conjunto habitacional”

O futuro de Pannunzio

O prefeito disse sobre o que fez, não fez e queria fazer e sobre o futuro. Descancar, viajar, curtir a família e reabrir o escritório político, mesmo sem mandato, onde pretende trabalhar por uma Assembleia Constituinte. Para ele, apenas uma reforma na Constitutição, com reformas políticas, com mudanças no que existe hoje é o que dará um sentido maior ao fazer política.

Lembrando que uma Assembléia Constituinte é um órgão colegiado que tem como função redigir ou reformar a constituição, a ordem político-institucional de um Estado, sendo para isso dotado de plenos poderes ou poder constituinte, ao qual devem submeter-se todas as instituições públicas.

A escolha de quem vai formar esse órgão pode ser por voto do cidadão.

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