Enquanto o mundo patina para combater as drogas, Sorocaba sinaliza ajuda aos drogados e familiares

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O presidente da Câmara de Vereadores de Sorocaba, Rodrigo Manga (DEM), revelou em primeira mão na coluna O Deda Questão de hoje no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz), que o prefeito Crespo decidiu substituir sua intenção inicial – de criar uma Coordenadoria de Prevenção e Combate às Drogas, ligada diretamente à Secretaria do Gabinete Central da Prefeitura – pela Secretaria da Dependência Química.

Manga disse que a nova pasta vai servir para apoiar o trabalho de combate às drogas no município, como também dar suporte ao trabalho de outras organizações, como Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos; alocando especialistas no assunto para ajudar as pessoas envolvidas com o problema da dependência química, ou seja, o viciado e seus familiares.

Manga revelou dados assustadores sobre o problema: “Deda cada 100 pessoas drogas que vão para alguma clínica de reabilitação, apenas 7 ficam limpas, ou seja, 93 voltam para o local de onde vieram e estão suscetíveis ao acesso à droga”.

Se uma secretaria municipal pode dar a ajuda do ponto de vista da ciência, Manga, que é missionário da Igreja Mundial e ex-usuário de drogas, estando limpo há mais de uma década, entende que “as entidades podem ajudar do ponto de vista da fé e espiritualidade, uma vez que o problema da droga é do corpo e da alma”. Diante disso, sem recursos públicos, mas de doações da iniciativa privada, ele anunciou a criação do Cadeq (Centro de Atenção ao Dependente Químico). Manga citou entidades ligadas à Igreja Católica, ao Espiritismo e outras religiões que fazem esse mesmo trabalho.

Manga também revelou que sua experiência demonstra que quando uma pessoa é descoberta no mundo das drogas, a família toda se une e junta recursos para ela ir a uma clínica e fazer tratamento; numa recaída, apenas alguns da família se juntam; na terceira recaída, enfatiza Manga, apenas a mãe fica junto do filho. Mas existem casos de 7, 8 internações e com exceção da mãe toda família trata esse doente como vagabundo, que teve chance e não tomou vergonha na cara. Por isso, explicou Manga, tratar o doente é importante, mas tratar a família é igualmente necessário.

E a origem do problema

Se a Prefeitura de Sorocaba e a Câmara de Vereadores, além de dezenas de entidades abraçam a causa de atuar junto ao drogado e sua família, fica no ar a grande pergunta: o que o país está fazendo para combater este problema? O que o mundo faz? A quem interessa o comércio de drogas? A quem interessa não revolver o problema?

A verdade é que enquanto o mundo patina no combate sincero às drogas, resta a quem mora na localidade, como nós, enxugar gelo para, ao menos, amenizar a dor de quem caiu nesse poço sem fundo e dos seus familiares, impotentes, que sofrem essa dor indescritível.

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