A brasiliense Nana Queiroz se formou em jornalismo pela Universidade de São Paulo em julho de 2010. É especialista em Relações Internacionais, com ênfase em direitos humanos, pela Universidade de Brasília. Estudou relações internacionais também em Nova York e na Finlândia. Trabalhou nas revistas Época e Galileu e como repórter da editoria de internacional no site da revista Veja. No Jornal Correio Braziliense, foi repórter de variedades. Hoje é editora de cultura do Jornal Metro de Brasília. Ela também é responsável pelo blog Presos que Menstruam, nome do seu livro recém-lançado pela Record. Ela relata em sua pesquisa que as mulheres são tratadas como homens nos presídios do Brasil e, muitas chegam a usar o miolo de pão como absorvente higiênico.
Relatei na coluna da rádio Ipanema (FM 91,1Mhz) que as estudantes Cristiane Lopes Rodrigues e Camila Camargo, ambas estudantes de Direito em Sorocaba, fazem uma campanha para obter absorvente higiênico a serem doados às detentas. Minha colocação chamou a atenção da deputada estadual Maria Lúcia Amary, autora da lei que garante a saúde da mulher detenta no estado de São Paulo, que visitou in loco da Cadeia Feminina de Votorantim. Ela conta que na sua vistoria de sexta-feira passada havia absorventes suficientes para 67 detentas e que o uso de miolo de pão, como absorvente, foi o que motivou essa lei dela. Em 2003, há 12 anos, ela foi entrevistada no programa Cela pela repórter Luciana Lopez e a situação a sensibilizou. Hoje, ela entende, está em ordem essa situação em Votorantim. Conversei com Cristiane e ela disse que o objetivo não é polemizar com a deputada e fica feliz em saber que a situação está regularizada, mas que sua campanha segue, pois os absorventes serão doados à Pastoral Carcerária, mantida pela Igreja Católica, no Estado. Essa pastoral sabe onde existem problemas e a campanha é válida. Ela explica que foi o livro “Presos que Menstruam” que motivou a campanha.
Vale a lembrança que o objetivo de um presídio abrigar o condenado a pagar sua dívida com a sociedade e dar condições para a sua ressocialização , ou seja, permitir que ele tenha vida após o período a que foi condenado a ficar preso.