Eu já estava dentro da piscina da ACM do Jardim São Paulo, sábado, meio-dia e quinze, e percebi que o professor não começava a aula de hidroginástica. E entendi que ele esperava uma moça que vinha caminhando amparada por outra até a rampa de acesso à água.
Eu conhecia essa moça das aulas de hidro, mas não é nem colega. Nem o nome dela eu sei. Só nos falamos oi, bom dia, boa tarde.
Pensei que ela tivesse tido derrame ou algo do gênero, pois ela estava normal, quando a vi, há 3 semanas.
Ao final da aula, me dirigi a ela e perguntei o que havia acontecido.
Ela disse: o maldito Covid.
Ela está liberada para se exercitar, mas ficou 9 dias intubada e perdeu 9kg, a maior parte de massa muscular. Ela me disse que está reaprendendo a andar e comer. No primeiro dia de alta médica, ela só babava e não conseguia nem falar. Ela disse que está reaprendendo a falar e andar. E está assustada, pois seu marido segue na UTI há 12 dias.
O estado físico de minha colega de hidro me assustou. E eu fiquei com mais desgosto ainda com quem dizia que era uma gripinha, que ia morrer uns 500 (já são 490 mil brasileiros, sendo 1990 sorocabanos), que era só tomar remédio para vermes…
Mas me desgosta muito, também, quem insiste em negar a doença. O presidente Jair liderou seus súditos para a chamada “imunização de rebanho”, situação que não ocorre com a Covid-19. Desprezou vacinas (vejam a denúncia de hoje da Pfizer), uso de máscaras e a não-aglomeração. Porém, um ano depois, não é mais possível responsabilizar apenas o presidente. Pessoas, como essa da foto num bar na avenida Ipanema em Sorocaba, postada por Milton Júnior em sua rede social, têm livre arbítrio e estão lá pois assim desejam. Querem desafiar a roleta russa da Covid-19. Hoje, segunda-feira, são 61 sorocabanos na fila de espera por vaga em UTI para tratar a Covid. Enquanto houver quem se comporta como essas pessoas da foto a tendência é que a situação apenas piore. Colabore, peça juízo e consciência para quem você tem acesso.