Os eleitores antiLulaPT se juntaram aos bolsonaristas e ambos ultrapassaram o bom senso dos argumentos ao adotarem um tom de medo, alarmista e agressivo que serve, apenas, para colocar amores em dúvida, abalar amizades, mas duvido, e muito, que sirva para conquistar votos.
Do lado paulista, os antiBolsonaro não moveram um dedo em direção a Haddad restando ao petista, portanto, seus próprios votos.
Acho que já contei aqui, mas repito: Dias atrás seis amigos se reuniram na hora do almoço e o resultado foi um dos membros vota Bolsonaro e Tarcísio; outro, Lula e Haddad; e os outros quatro em Lula e Tarcísio.
Incongruência, mas o eleitor tem uma lógica própria.
Nesse cenário, a vitória de Tarcísio (se confirmada nas urnas), paradoxalmente, é o que vai legitimar a de Lula (se confirmada nas urnas), pois tira qualquer insano argumento de que a urna eletrônica não é confiável.
Do resultado das eleições, resta esperar por dias melhores. E de democracia!
Para os engajados politicamente restará a construção do candidato de direita, não de extrema-direita, como o atual, para vencer em 2026. O modelo ideal desse perfil é o governo Temer, não ele propriamente, mas os dois anos do seu governo que tanta admiração provoca nos liberais.
O problema é achar um candidato simpático, pois nunca a racionalidade elegeu alguém. A mídia não aceita um candidato racional, pois até hoje não demonstrou competência para esse tipo de circunstância. O negócio da mídia é o espetáculo. Basta um showzinho (Bolsonaro chegou ao exagero de subir ao palco uma vez por dia, Collor era uma vez por semana) para um monte de microfones se instalarem diante do “artista”. E ai daquele político que se recusar a cumprir esse papel ridículo. Bom… ridículo do meu ponto de vista e da minoria absoluta dos leitores…
Esse candidato poderá ser Bolsonaro (se as urnas confirmarem sua derrota), em que pese ele ser extrema-direita, pois ele tem idade e vitalidade pra isso. Poderá, mas eu não acredito, pois nem seus ardorosos defensores (de direita) deixam de vê-lo como um tolo. Se ele vencer, apenas um golpe nas regras atuais (como Chaves fez na Venezuela e Erdorgan na Turquia) permitirá que ele dispute. Se é que haveria eleições…
O mesmo “problema”, o de construir seu candidato, terá a esquerda. Ahhh, mas Lula (se as urnas confirmarem sua vitória) poderá ser candidato à reeleição em 2026. Sim, poderá nos termos da lei e legislação, mas eu não estou convicto de que terá do ponto de vista emocional, físico e automotivacional.
Ciro saiu, nessa eleição, da esquerda. Simone Tebet não é e nunca foi esquerda. Alckmin, em que pese ser o vice de Lula, não é esquerda. Todos esses vão precisar convencer o eleitor que o caminho é o do centro, da direita, mas não o de extrema-direita. A verdade é que a eleição de 2022 só acabará daqui 6 dias (na noite de domingo já conheceremos o vencedor), mas a de 2026 já começou cheia de incógnitas e, com uma certeza, estará cercada de hipócritas. Pessoas que se autointitulam, ou aceitam que as chame de resistência, mas estão sendo colaboracionistas, mesmo que de modo indireto, com a cartilha da extrema-direita.