Não quiseram o bom em nome do ótimo. O risco agora é ficarem com o péssimo

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Desde que se tornou público na sexta-feira passada que o governo do Estado de São Paulo vai promover a sessão de venda do prédio da antiga Oficina Cultural Grande Otelo, também conhecido como Fórum Velho, na praça Frei Baraúna, no centro de Sorocaba, um grupo de artistas tem demonstrado indignação com a destinação do local.

Artistas do Fórum Permanente de Culturas de Sorocaba (movimento ligado ao PT e PSOL) deram um abraço simbólico na manhã de sábado no edifício, simbólico porque faltou gente para abraçar o prédio em sua totalidade. A área tem 2 mil metros quadrados e foi avaliada em R$ 1,72 milhão, com base em um laudo feito em novembro de 2020.

O local está fechado desde 2014 por problemas estruturais.  Em 2018, a Associação Comercial de Sorocaba fez o primeiro pedido ao governo do Estado para assumir o uso e a conservação deste monumento sorocabano, utilizando uma parte dele como nossa sede: “Nos comprometemos em preservar o prédio dentro de suas características originais, respeitando a harmonia com o conjunto arquitetônico existente. Além disso, administrar e gerenciar todas as atividades desenvolvidas, com o compromisso de destinar 30% do espaço exclusivamente para realização de atividades culturais promovidas pelo estado e município”, disse Sérgio Reze à época.

Em 2019, com João Dória Jr. já eleito governador, a Associação Comercial voltou a solicitar o uso do prédio. Nem o governo do Estado se inclinou a atender o pedido da Associação Comercial e nem os artistas da cidade, sejam os ligados aos partidos políticos ou sejam os artistas sem ligação partidária alguma, se movimentaram em qualquer sentido diante da solicitação da Associação Comercial.

Agora, os que não quiseram apoiar a iniciativa da Associação Comercial, pois queriam a totalidade da Oficina Cultural para si, correm o sério risco de ver a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, transformar em igreja o histórico prédio construído em 1940 e tombado como patrimônio histórico em 2012 pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).

A decisão do governo do Estado de leiloar o prédio é fruto de uma decisão do Tribunal de Justiça, de janeiro deste ano, que após uma ação do Ministério Público, condenou o governo paulista a adotar medidas de proteção, preservação e restauração do prédio.

A sessão de venda do imóvel está prevista para o dia 27 de outubro, segundo o Governo do Estado. O edital foi publicado no Diário Oficial e os lances devem ser feitos pela internet.

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