O assassinato do açougueiro

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Quando vi um carro da Polícia Militar com a sirene ligada vindo na contramão, pensei: o que será que aconteceu?

Segundos depois a resposta estava no chão do estacionamento do supermercado Siriema: Uma mão masculina, toda ensanguentada, escapava do papel alumínio com os quais a polícia cobre os corpos ainda recém-mortos em tragédias.

Minha única reação foi a de avisar minha filha, que iria passar pelo local, para desviar o caminho. Minha intenção é que minha neta não visse a cena. Aos 5 anos e 10 meses, consigo perceber que ela já tem noção da realidade, de perigo, de vida, de morte. Uma situação possível como vô, que dá um distanciamento. Como pai o envolvimento não permitiu que eu tivesse a percepção dessas sutilezas. Dias atrás minha neta viu um homem caído no chão e teve pesadelos à noite e encheu a mãe de perguntas.

A morte do homem no chão do estacionamento do supermercado, momentos depois, já era notícia velha nas rádios e portais de internet: o açougueiro fulano de tal foi esfaqueado dentro do estacionamento do supermercado onde trabalhava no momento em que chegava para trabalhar. A polícia vai iniciar as investigações a partir das imagens das câmeras de segurança e blá,blá,blá.

Essa passaria a ser mais uma entre tantas outras notícias que assolam o cotidiano não tivesse acontecido perto de casa e envolvido pessoas conhecidas minhas e do açougueiro morto.

Primeiramente me chamou a atenção um áudio que passou a circular entre as pessoas do bairro: frentistas, manicures, barbeiros, borracheiros, empacotadores, repositores… enfim… o whatsapp ferveu compartilhando o áudio dando conta que quem matou o açougueiro foi o marido da açougueira, ou seja, da colega de trabalho do homem morto. E o áudio tinha textualmente este final: Moral da história né irmão…tem que andar certinho…

O que se denota do áudio é que o açougueiro assassinado não andou certinho, ou seja, ele fez algo de errado em relação a sua colega de trabalho e esse algo de errado é de uma subjetividade sem tamanho.

Depois do áudio, as imagens. Aliás, imagens disponíveis no youtube (https://youtu.be/MKSPTjwEty8). Em tempos de tecnologia tudo é gravado, compartilhado e visto. O assassino premeditou tudo. Ele chega primeiro do que o açougueiro e para o seu carro, uma Saveiro, ou Pampa, branco, perto da saída do estacionamento. Ele vê o momento em que o açougueiro chega, estaciona e desce do seu carro, um Fox. Quando o açougueiro fecha a porta do carro e fica de frente para ele, com a faca escondida em sua blusa, sem dizer uma única palavra, sem indicar nada que expressasse sua intenção, ele atinge na barriga o açougueiro uma, duas, três vezes e corre para seu carro e foge do local sem prestar socorro. Ele não xinga, não desabafa. Não deu a menor chance para sua vítima se explicar. Um assassino cruel!

Evidentemente que a investigação da polícia vai confirmar se o conteúdo do áudio compartilhado, sugerindo de que o açougueiro morto estava tendo um caso ou dando em cima da esposa do seu assassino, é verdadeiro. Sendo verdadeiro, haverá duas hipóteses. A primeira, o assassino teria avisado a sua vítima: pare. Ela é minha mulher. Se você não se afastar as coisas vão piorar. E, apesar de uma conversa em tom de ameaça, o açougueiro, de 28 anos, com os hormônios fervendo, preferiu se arriscar e continuou em sua paixão, descrente de que algo ruim, de fato, pudesse lhe acontecer.

O que se vê na imagem é um homem que não expressa o menor temor do seu assassino.

Ou seja, ele não tinha o que temer, A) pois não tinha nada com a esposa do seu algoz, B) estava cumprindo com sua palavra e havia se afastado ou C) desafiava a coragem dele.

Não sei, sinceramente, se uma investigação policial terá condição de revelar detalhes desse fato. Sei que a frieza do assassino revela uma mágoa enorme, uma alma ferida, uma honra manchada.

Racionalmente sei, igualmente, que nada, absolutamente nada, justifica sua conduta. Ninguém, absolutamente ninguém, tem o direito de tirar a vida do outro.

Sei, também, que a razão some quando o emocional cega uma pessoa machucada. E, historicamente, nada mais machuca um homem do que ser corno.

Fetiche do adultério

Agora, o adultério pode ser algo combinado pelo casal quando isso serve de estímulo aos prazeres. E isso tem nome. Chama-se Cuckold. É o nome dado ao fetiche no adultério, que descreve o processo de achar prazerosa a ideia de trair ou ser traído.

Na maioria das práticas de cuckold, explica a Wikipédia, o homem assume o papel de corno submisso e a mulher é quem realiza o adultério consensual. A mulher que assume o papel de dominadora nessa prática é chamada de cuckoldress.

Esse fetiche está muitas vezes associado com práticas de humilhação como o “small penis humiliation”. A mulher humilha o parceiro submisso como se ele não transasse bem o suficiente ou como se o pênis dele não fosse grande o suficiente para dar prazer a ela. Então, elas usam um amante para mostrar ao parceiro “como é que deve ser feito”.

Há diversas formas de praticar o cuckold, o fetiche pode ou não ter a presença ou a participação do parceiro traído. Quando não há participação nenhuma do submisso, a mulher pode sair para transar com o amante e depois contar os detalhes para o parceiro, transar com o amante num cômodo próximo para que o parceiro escute tudo ou gravar a transa com o amante e obrigar o parceiro a assistir depois. Quando há participação do submisso, o parceiro pode ficar apenas observando a ação como uma forma de voyeurismo ou pode participar da ação, porém recebendo menos atenção que o amante ou até mesmo algum tipo de humilhação durante o sexo.

A palavra “cuckold” é derivada dos pássaros do gênero Cuculidae, que em inglês chama-se “cuckoo” (conhecidos por “cuco”, entre outros nomes, em português), conhecidos por botar seus ovos nos ninhos de outros pássaros. E o cuckold é geralmente referido como cuckquean quando o papel de corno é realizado por uma mulher nesse fetiche. Os praticantes de cuckold e as praticantes de cuckquean geralmente obtêm prazer sexual ao assistir seu parceiro ou sua parceira fazer sexo com uma ou mais pessoas.

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