Osmar é um amigo querido. A partir do “sumiço” do prefeito na segunda-feira para não receber o oficial de justiça (que ele atendeu hoje e a vice reocupou sua sala na prefeitura) ele me fez uma pergunta direta sobre a sanidade do prefeito.
Assim se deu nosso diálogo:
Osmar: O Crespo pirou de vez, não?
Eu: Não. Por que você acha?
Osmar: Porque ele está fazendo tudo o que não é para fazer. Inclusive perdendo o pouco de apoio popular que ele tem. E no caso, a Jaqueline é parte desse apoio.
Eu: Mas que tudo?
Osmar: Ele é intransigente com o funcionalismo. Ele acha que aconteceu uma coisa e o povo outra.
Eu: Me parece que o prefeito sabe a quem quer agradar. Ele que ser adversário dos sindicalistas. Ele quer ser o prefeito dos sorocabanos pró-Dória (o prefeito de São Paulo é identificado como o anti-Lula). Crespo me parece mais malandro que louco, respondendo diretamente sua pergunta.
Osmar: Mas o prefeito está sem base parlamentar. É difícil quando o funcionalismo público está contra.
Eu: Sem dúvida. É uma parcela importante. Mas até agora o prefeito jogou contra o sindicato dos servidores e faz ações que não mexeram em nada (embora tenha ameaçado) contra o funcionalismo. E quando faz, deixa brecha para aparecer alguém e resolver. Alguém que ganha louros com o funcionalismo e o mantém firme onde está.
Osmar: Eu não sei; a classe política anda em baixa. Agora o prefeito já se antecipou dizendo que vai ter déficit de 70 milhões. Ou seja, exatamente o subsídio do ônibus. São essas duas situações que ele irá enfrentar: A questão do dinheiro público e se cometeu ou não crime contra a administração.
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Pois bem, reparem que meu leitor/ouvinte começa questionando a sanidade do prefeito do ponto de vista político e o assunto envereda para os problemas administrativos que vão gerar problemas políticos.
O prefeito, em suas excentricidades (e prometo fazer uma lista delas desde o começo da administração até agora), tem conseguido definir o campo de sua atuação ideológica mesmo que ela seja insuficiente para uma reeleição (o sorocabano é historicamente ao centro e o papel de Renato Amary segue sendo preponderante para a eleição de Crespo). Mas o prefeito prefere atuar onde ele conhece e se sente seguro. Prefere ser autêntico. Quem conviveu com ele (seja em campanha política ou na assessoria) repetidamente me diz que Crespo é assim mesmo quando fala algo que soa fora do comum ou, pior, faz coisas fora do comum (como essa briga, ai sim no meu ver, insana do prefeito com a vice. Sobre essa, ainda não captei o que aconteceu).
FOTO: Meme que circulou pelo whattsApp em Sorocaba, de autoria do talentoso e querido Peron, registra o sentimento que envolveu a ação do prefeito, na segunda-feira, de não atender o oficial de justiça