Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (11/12), no Paço Municipal, o prefeito Crespo anunciou a pré-seleção de Sorocaba, pelo Ministério das Cidades, para a obtenção de financiamentos visando obras e ações na área do saneamento da cidade, num total de R$ 116,6 milhões, provenientes do programa “Avançar Cidades”, do governo federal.
“Sorocaba tem sido referência pelo trabalho de qualidade em saneamento que desenvolve, e essa pré-seleção do Ministério das Cidades comprova essa condição, pois os financiamentos sempre estão disponíveis, mas para obtê-los é preciso apresentar projetos qualificados e bem embasados tecnicamente, que possibilitem ser selecionados, como os apresentados por nossa cidade”, destacou o prefeito.
De acordo com o diretor-geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba, Ronald Pereira da Silva, “a próxima etapa do processo que vai possibilitar a obtenção dos recursos disponíveis será a apresentação do detalhamento de cada obra e ação a ser desenvolvida e para isso os nossos técnicos e engenheiros estão trabalhando nos projetos”.
Os projetos a serem desenvolvidos e executados foram apresentados em abril deste ano pela autarquia ao “Avançar Cidades”, do Ministério das Cidades, e abrangem dois grupos de ações: ampliação do sistema de esgotamento sanitário (financiamento de R$ 88,3 milhões e contrapartida de R$ 6,4 milhões) e controle e redução de perdas de água tratada no sistema de distribuição (financiamento de R$ 28,3 milhões e contrapartida de R$ 1,7 milhão).
No item esgotamento sanitário, Sorocaba está pleiteando financiamentos para as obras de ampliação das Estações de Tratamento de Esgoto Pitico e S-2 (ETEs Pitico e S-2); para a implantação da Estação de Tratamento de Esgoto do campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e para a implantação de coletores-troncos e redes coletoras de esgoto em seis bairros.
De acordo com o diretor-geral do Saae, “as ETEs Pitico e S-2, por exemplo, entraram em operação em 2009 e 2010, respectivamente, e desde então – logicamente – a cidade cresceu e a carga de esgoto recebida pelas duas unidades aumentou, motivo pelo qual serão necessárias essas obras de ampliação, que refletirão em maior capacidade em volume de esgoto tratado e maior eficiência no processo de tratamento”.
Na ETE S-2, para a ampliação da vazão atual será necessária a implantação de novos sistemas de gradeamento e desarenação e ampliação do sistema de tratamento biológico, com mais três sopradores de ar e dois tanques metálicos circulares para abrigar as bactérias que fazem a “digestão” da carga orgânica e potencializam o tratamento, garantindo a eficiência da unidade pelo processo aeróbio, de alto rendimento.
Por sua vez, a ETE Pitico manterá a sua concepção original, mas com a duplicação das atuais unidades de tratamento e substituição das unidades complementares de elevatórias (bombeamento) e de desidratação.
Quanto à ETE Ufscar, o campus da universidade em Sorocaba conta atualmente com fossas sépticas para o seu esgotamento sanitário, “e desta forma se faz necessária a construção de uma Estação de Tratamento, que terá como novidade a implantação de um sistema terciário, que permitirá a reutilização da água resultante do processo”, destaca Ronald Pereira.
Coletores e redes
De acordo com o pleito da Prefeitura e do Saae, os coletores-troncos projetados serão instalados no córrego Taquarivaí, afluente da margem esquerda do Pirajibu (8,5 quilômetros de tubulações), Éden (2.800 metros) e Habiteto (1.800 metros), além de uma estação elevatória de esgoto (bombeamento) no Jardim Ouro Branco, com emissário e linha de recalque que totalizam 1.920 metros de extensão.
Já as redes de esgoto projetadas serão implantadas nos bairros Jacutinga e Brigadeiro Tobias, totalizando 10.100 metros de tubulações, que levarão o esgoto das duas regiões para as Estações de Tratamento de Esgoto Itanguá e Aparecidinha, respectivamente.
“Após a conclusão das obras propostas neste plano de ação, Sorocaba terá, para as ETEs implantadas e ampliadas, capacidade total de tratamento das vazões e cargas existentes e futuras”, enfatiza o diretor-geral do Saae.
Controle e redução de perdas
O outro item do plano de ação para o qual a Prefeitura e o Saae estão pleiteando os financiamentos do “Avançar Cidades” é o programa de controle e redução de perdas de água tratada no sistema, que entre físicas e aparentes são da ordem de 38%, em Sorocaba.
Para essa ação, o objetivo é investir na instalação de macro medidores e válvulas redutoras de pressão nos diversos bairros e regiões da cidade e na elaboração e execução de projetos visando a setorização da medição do volume de água consumido pela população, além do controle da pressão da água nas redes de distribuição, um dos principais determinantes para a ocorrência de vazamentos e perdas de água.
As intervenções previstas incluem ainda o isolamento e o fechamento dos setores de distribuição de água da cidade, com a instalação de novos trechos de redes e registros de manobra. Com essas ações, será possível determinar exatamente qual é o volume de água fornecido e consumido em cada setor e concentrar as “varreduras” de detecção de vazamentos não visíveis.
A ação de redução e controle de perdas prevê também a substituição dos hidrômetros que tenham mais de cinco anos de uso; a regularização do consumo de água em áreas ocupadas irregularmente, com a instalação de redes regulares e hidrômetros, com cobrança de tarifa social; a detecção de vazamentos não visíveis; o combate às fraudes e ligações clandestinas e a informatização da gestão de manutenções. Com esse conjunto de ações, a expectativa da autarquia é de que as perdas atuais sejam reduzidas em até 12%.