Prefeitura homologa licitação de R$ 8,6 milhões para contratar empresa que vai fazer mutirão para zerar fila de 52 mil consultas e 22 mil exames/procedimentos na saúde pública de Sorocaba. Iniciativa ousada vai gerar cobrança na mesma moeda

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RodrigoMoreno

O prefeito Pannunzio aplicou em média 30% do orçamento municipal, nos seus quatro anos de governo, na área da saúde, ou seja, o dobro do que manda a Constituição que estipula o gasto mínimo em 15%. Mesmo assim o prefeito dizia que não tinha condições de atender a demanda por exames, consultas e procedimentos eletivos (que não são urgentes) de sorocabanos que não se cansavam de reclamar da fila. O ex-vereador Tonão Silvano chegou a elevar o tom contra o prefeito Pannunzio por causa das filas e atendimento precário na saúde.

Governo novo, e 125 dias depois dele ter se iniciado, obtenho com exclusividade a informação de que está encerrado o processo licitatório e nesta quinta-feira, dia 4 de maio, o secretário da Saúde, Rodrigo Moreno (foto), homologou a contratação da empresa que vai fazer o Mutirão da Saúde em Sorocaba por R$ 8,6 milhões para zerar a fila de 52 mil consultas e 22 mil exames/procedimentos na saúde pública de Sorocaba, números da “demanda reprimida herdada do governo anterior”.

Havia a compreensão, em especial de expressiva parcela da imprensa, dos argumentos do prefeito Pannunzio de que faltavam recursos para resolver este problema. Não haverá compreensão do prefeito Crespo se por alguma razão este mutirão for cancelado ou não zerar a fila. O que o governo Crespo faz ao dizer que vai resolver o problema da saúde é assumir um compromisso, uma promessa, de resolver o problema que mais incomoda o sorocabano. E quem diz que o problema da saúde mais incomoda são as pesquisas eleitorais das últimas 4 eleições. Em 2016, nas pesquisas Ibope/TV Tem saúde sempre foi o principal problema apontado pelo sorocabano. O governo Crespo age com ousadia e a cobrança na mesma moeda.

Há, ainda, muita desconfiança nessa, ainda, promessa de Crespo. Nem mesmo a homologação da empresa que vai fazer o mutirão coloca fim na desconfiança, embora a amenize. Talvez, somente ao final do mutirão, sem que nenhum cidadão reclame de não atendimento, é que a desconfiança acabe.

Enfim, reproduzo abaixo a resposta oficial sobre minha pergunta sobre o Mutirão da Saúde. Lembro que foi na única entrevista dada até hoje pelo secretário da Saúde, Rodrigo Moreno, na coluna O Deda Questão do Jornal Ipanema (FM 91,Mhz), que ele anunciou com exclusividade que ele tinha dado início ao processo licitatório para contratar a empresa para fazer o mutirão.

Veja o que afirma a prefeitura.

São dois aspectos que envolvem esta questão, um mutirão em curso e outro em fase final de contratação:

1) Mutirão Municipal de Cirurgia de Catarata – começou antes do anunciado (que era maio) para testar os fluxos de encaminhamentos e a capacidade do BOS na realização das cirurgias. Já ultrapassaram 200 cirurgias durante essa fase de testes. A meta é atingir 4 mil cirurgias de catarata este ano – atendimentos que estão na fila de espera. Há cerca de 4 anos o Ministério da Saúde não realiza mutirões em Sorocaba e a Secretaria Municipal da Saúde elaborou uma estratégia para resolver o problema dessa demanda reprimida. A realização dessas cirurgias não demandará custos para o município! Está sendo aproveitada uma “sobra de contrato” do BOS na prestação de atendimentos na UPA do Éden. Conforme Rodrigo Moreno anunciou com exclusividade em entrevista nos estúdios da Ipanema, o BOS é contratado para realizar até 18 mil atendimentos mensais na UPA do Éden, mas a média tem sido de 12 a 13 mil. A gestão desse recurso já empenhado para o contratado viabilizou o mutirão.

2) Mutirões de exames e consultas de especialidades: Fase final do processo de contratação. Terminou o prazo para recursos no início desta semana e foi homologado na quinta-feira (04/05), pelo secretário da saúde, o resultado e empresa credenciada. O contrato teve valor estimado de R$ 8,6 milhões que só serão pagos de acordo com a realização dos serviços e prestação de contas mensal. A expectativa é de 4 mil atendimentos mensais começando ainda este semestre. Serão consultas de especialidades médicas como ortopedia, cardiologia, dermatologia, endocrinologia, psiquiatria, entre várias outras; e exames como ultrassonografias, colonoscopias, endoscopias e ecocardiogramas. A demanda reprimida herdada do governo anterior foi levantada no início do ano e era de 52 mil consultas e 22 mil exames e procedimentos.

 

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