A desembargadora Heloísa Martins Mimessi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, está desde o dia 28 de setembro (sexta-feira passada, portanto) com o processo de José Crespo, contra a Câmara de Vereadores que lhe cassou o mandato de prefeito, para decidir se concede liminar para o seu retorno imediato ao cargo. Isso significa que não há mais caminho a ser percorrido dentro do TJ pelo processo e que cabe somente a ela anunciar sua decisão.
O que vai acontecer depois da decisão da desembargadora só será possível compreender a partir do despacho dela. Mas, uma possibilidade, é a volta de Crespo ao cargo de prefeito e em quais condições. Digamos que tudo ocorra como deseja Crespo, que é o cargo para ele, como seria sua relação com a Câmara? Essa é grande pergunta e o mistério.
Porém, durante entrevista na coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema (FM 91.1Mhz) na manhã de hoje, Rodrigo Manga, presidente da Câmara de Vereadores de Sorocaba e responsável pela autorização dos trâmites que levaram à cassação do mandato de Crespo, deu a entender que não será uma relação traumática necessariamente.
Manga explicou que a pedido de Rodrigo Garcia, liderança do DEM (partido de Crespo e Manga), secretário de Estado do governador Geraldo Alckmin, eles se encontraram há cerca de 20 dias, se cumprimentaram e se trataram com cordialidade. Mas lavaram a roupa suja e houve o reconhecimento de que Crespo errou mais do que Manga em todo esse processo. Enfim, a grande pergunta feita por Rodrigo Garcia a Manga foi: se a justiça determinar a volta de Crespo ao cargo de prefeito você garantirá governabilidade a ele? E Manga revelou hoje no Jornal Ipanema que sim, que a preocupação dele é com a cidade e que se Crespo for prefeito e construir essa ponte com o Legislativo terá garantida a governabilidade.
Minha interpretação sobre isso
Caso Crespo volte a ser prefeito, não será algo simples a relação entre ele e a Câmara. A chance de existir essa governabilidade, anunciada por Manga, é bem menor do que a chance de não existir, ou seja, se Crespo não passar a tratar a Câmara de maneira oposta ao que tratou em seus 7 meses de governo enfrentará um novo processo onde novamente a chance de perder o mandato é real.