Placar mostra a aprovação do cargo em Brasília, resultado que reverteu o placar da 1ª discussão, por 13 a 6. Vereador França, com problema de saúde, não esteve na sessão
Numa das vezes em que entrevistei o prefeito Crespo nos últimos meses, ele citou em mais de uma vez que preza muito o que ele classifica de Teoria da Reciprocidade. Como sempre isso era tema transversal, e não central da entrevista, nunca aprofundei o que ele pensa sobre ao assunto. Em essência a teoria é a prática do que significa o termo reciprocidade (leia abaixo).
Vejam meu raciocínio:
Na terça-feira, de maneira maciça (o que surpreendeu muita gente), por 17 a 3, a Câmara derrubou a tentativa dos vereadores Hudson Pessini e Péricles Régis, da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e Parcerias, de rejeitar a aprovação das contas do exercício de 2014 do ex-prefeito Pannunzio (PSDB) numa lógica que nasceu de uma ressalva na recomendação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) pela aprovação dessas contas.
Hoje, sessão seguinte a de terça-feira passada, os vereadores aprovaram por 13 votos a 6, o cargo do assessor especial da Prefeitura em Brasília em 2ª discussão, ou seja, em definitivo. Na primeira votação, a aprovação havia sido derrotada por 11 a 9. Entre a 1ª e 2ª votação se passou quase um mês, tempo em que o prefeito realinhou a sua base e reverteu o placar.
O que aconteceu para essa reviravolta? Foi posta em prática a Teoria da Reciprocidade tanto enfatizada por Crespo. Uma turma aceita aprovar um projeto da outra turma desde que a outra turma aceite aprovar um projeto seu.
Claro que pode não ser nada disso.
Mas fica a sugestão de que os leitores pensem nisso com base no que significa reciprocidade.
O que é Reciprocidade
Reciprocidade é um substantivo feminino que significa mutualidade, representando a característica do que é recíproco.
A reciprocidade é uma particularidade de enorme valor na sociedade, porque de acordo com a psicologia social as relações mútuas contribuem para a conservação de normas sociais. O conceito de reciprocidade está presente em várias culturas e religiões e é apresentada como uma norma imprescindível para uma convivência saudável. A reciprocidade é essencial não só para os seres humanos, mas também para animais irracionais, como babuínos, por exemplo.
No contexto da linguística, mais concretamente na semântica, a reciprocidade é a correspondência existente entre duas palavras que têm sentidos opostos, mas apresentam uma relação de conformidade mútua, como por exemplo, comprar-vender.
No ramo da filosofia, Kant descreveu a reciprocidade como a capacidade intelectual através da qual se torna compreensível a relação entre dois ou mais elementos do mundo comum, mutuamente percebidos no espaço, de aspecto e forma integrantes.
A reciprocidade também é um um conceito importante no âmbito das relações internacionais, e acontece quando um determinado país dá e recebe direitos ou vantagens para outro país.
Reciprocidade significa dar e receber, por isso, no amor a reciprocidade significa que o amor é correspondido.
A reciprocidade é uma característica essencial na amizade e nos relacionamentos amorosos. Cada pessoa deve ser capaz de retribuir os sentimentos de amor e amizade em relação a outras pessoas, assim como deve ser capaz de demonstrar e retribuir essa amizade através de ações e não só de palavras. Por exemplo, uma pessoa que sempre pede ajuda a um amigo mas nunca está disponível para o ajudar quando ele precisa, não é um bom amigo. Uma amizade assim não é dotada de reciprocidade.