Acordei hoje com mensagens em meus grupos de whattsapp onde participantes perguntavam qual a saída para o Brasil, especialmente agora, com a nova onda de corrupção que engloba personagens que bradaram no peito a moralidade para derrubar a presidente Dilma.
No ar, sem nenhuma combinação comigo, assim que a coluna O Deda Questão teve início no Jornal Ipanema (FM 91,1Mhz), o âncora José Roberto Ercolin me perguntou sobre o que ele tem lido (e eu também, aliás) de um crescente sentimento de variados brasileiros (localização geográfica, classe social, status financeiro…) de que a saída para este momento do Brasil é o de um salvador da pátria, assim como o exército pretendeu ser em 1964. Quis saber minha opinião.
Sou absolutamente contrário a qualquer regime de exceção e a Constituição deve ser o norte, o porto seguro, a bóia (pouco importa o nome a ser dado a ela neste momento) do brasileiro para não cair em cantilenas seja de que ideologia for.
Não há nenhum super e nada sobre o natural ou cultural que possa num passe de mágica resolver os problemas que a sociedade enfrenta hoje. Há, somente, um processo histórico a ser percorrido.
O mais interessante é ler pessoas que pedem para o garçom elevar o valor da Nota Fiscal que vai usar para pedir o reembolso, ou que usam o telefone da empresa para assunto particular, ou tiram uma simples fotocópia na máquina da empresa bradando por correção. Quase clamando por alguém que venha a acabar com a corrupção e colocar o Brasil nos trilhos.
Me assusta, mais do que me encher a paciência, o volume de gente afirmando que o Brasil não tem mais jeito.
Tem jeito sim. E a tecla da música a ser tocada continua a mesma, que algumas pessoas faz tempo, inclusive eu, vem afirmando: a saída para o Brasil é a mesma paraa de qualquer sociedade, Educação com E maiúsculo mesmo.
Na Argentina a Ditadura militar matou mais de 40 mil argentinos, mas preservou o sistema de ensino do país. Aqui, a ditadura matou menos de 500 (dados da Comissão da Verdade) pessoas, mas aniquilou o sistema de ensino público.
A Educação é o único instrumento capaz de formar melhores profissionais para trabalhar no que existe e inventar o que precisa ser inventado. Apenas a educação dá condições para que um cidadão entenda o que é cidadania e gere riqueza, inclusão social e sentido de pertencimento.
A Educação forma cidadãos capaz de dar um rumo ao Brasil e sua política.
A Educação, estou convencido disso, é o único instrumento capaz de ajudar as pessoas a lidar com o complexo século 21 onde a tecnologia vai deixar a mão-de-obra cada vez mais obsoleta. E o que fazer com os trabalhadores?
A Educação é o que coloca fim a essas vozes que pregam o fim da liberdade e clamam por um regime de exceção.
Sou contra, portanto, a qualquer propagação de que existe algo ou alguém capaz de salvar o Brasil que não seja o próprio cidadão e o seu exercício de escolher.