Santa Casa parece um saco sem fundos

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O termo “saco sem fundos” pode ser interpretado de modo pejorativo, mas asseguro que este não é o caso aqui. Ao contrário, é o de enfatizar que se trata de um serviço muito caro, de custo muito elevado, de que quanto mais se faz, mais se gasta. Poderia usar enxugar gelo, enfim, o fato é que atender a população doente custa caro.

Quem deixou isso bastante claro na manhã de hoje foi o presidente da Irmandade que administra o hospital Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, padre Flávio Jorge Miguel Júnior.

O padre usou a tribuna durante a sessão ordinária desta quinta-feira, 29, da Câmara de Vereadores para prestar contas acerca das emendas parlamentares repassadas ao hospital e para pedir mais dinheiro. Ele explicou o que é custeio, que é o custo do serviço oferecido, e disse que o “repasse mensal que a Santa Casa recebe é um repasse de custeio hospitalar. Houve aumento desse repasse, mas foi em função do aumento dos serviços que a Santa Casa passou a realizar, como o serviço de radioterapia e as cirurgias eletivas, que o hospital não realizava”, explicou, observando, ainda, que a Santa Casa aumentou os leitos de retaguarda, ou seja, aumentou o custeio.

Então, por que mais dinheiro?

O padre explicou que faltam recursos para as reformas que a Santa Casa necessita. “Com o dinheiro de custeio, não posso comprar equipamentos, como cadeiras para acompanhantes ou trocar as camas do hospital, bem como adequar os banheiros para as pessoas com deficiência”, explicou, apresentando um quadro com os valores relativos às emendas impositivas.

No segundo trimestre de 2018, a Santa Casa recebeu o montante de R$ 1,720 milhão, proveniente de economia realizada pela Câmara Municipal, que foi utilizado para o pagamento do 13º salário dos funcionários.

Para custeio da Santa Casa, ainda em 2018, foram destinados à Santa Casa um total de R$ 826 mil, provenientes de emendas dos vereadores. Esses recursos foram usados na compra de medicamentos e insumos hospitalares. Para realização de exames, foram destinados R$ 2,5 milhões, também oriundos de emendas impositivas dos vereadores. A Santa Casa recebeu, ainda, R$ 676 mil para contratação de 15 leitos extras em função da epidemia de gripes. Em 2019, só foram encaminhados R$ 888 mil, provenientes de emendas.

Doações

Segundo Padre Flávio, as melhorias da estrutura da Santa Casa são feitas com base em doações da sociedade, que totalizaram os seguintes valores doados: R$ 651 mil da Associação Salve Santa Casa; R$ 397 mil de empresários; e R$ 178 mil do Santuário São Judas Tadeu. “Estamos falando de quase R$ 1,2 milhão que conseguimos pela caridade, pela doação da população. A gente é provedor para isso, para promover eventos e ajudar o hospital”, afirmou, lembrando que a Santa Casa recebe ajuda de voluntários de todas as religiões.

O diretor da Santa Casa afirmou que 74 quartos do hospital precisam de reforma a um custo de R$ 50 mil cada. “Graças a ao apoio de empresários da cidade, já conseguimos a doação de 34 quartos, que começarão a ser reformados neste mês de setembro, e cada quarto terá o nome do empresário que ajudou”, disse. Padre Flávio também elencou as emendas parlamentares federais, muitas delas já encaminhadas, mas que ainda não chegaram ao hospital. “Só apresentei aqui o que está empenhado, ou no Fundo Municipal de Saúde ou no Fundo Nacional de Saúde”, afirmou.

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