O episódio ocorrido no Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, onde o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, foi preso em flagrante depois que funcionários da unidade o filmaram introduzindo o pênis na boca de uma paciente que estava desacordada em razão da anestesia que ele aplicou nela para um parto cesariana, indignou a todos nesta segunda-feira, quando o fato veio à tona.
Orientado ou não por sua assessoria, o presidente dessa vez ficou do lado certo e externou a indignação do brasileiro.
Sua manifestação de agora, porém, não apaga a que ele fez alguns anos atrás, quando era deputado, e afirmou que só não iria estuprar outra deputada porque ela era feia.
Falar o que o senso comum deseja de um candidato num momento extremo como esse de São João do Meriti não é suficiente para apagar a sua história. Não apaga o fato dele ser misógino. Não apaga ele atrair pessoas como este criminoso anestesista (declaradamente bozonarista) e incentivá-las à violência, ao terror, à negação do outro.
Difícil, para mim está impossível, pensar em algo que atenue o ato desse anestesista. Não consigo imaginar que castigo ele mereça para reparar o mau que ele causou (ou vinha causando pois não imagino que tenha algo isolado). O meu sentimento de dor, e o de tantos outros brasileiros, é real. Não é estratégia de marketing eleitoral e então me lembro de ter lido dias atrás um ditado americano dizendo assim: Se você me engana uma vez, a culpa é sua. Se você me engana duas vezes, a culpa é minha.