Se os usuários do sistema público de saúde de Sorocaba só elogiam os locais onde o atendimento médico é terceirizado – UPH (Unidade Pré-Hospitalar) da Zona Leste e UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Éden – pela rapidez no atendimento e acolhida dos profissionais de saúde que são atenciosos com os pacientes (fatos sistematicamente criticados onde o serviço é feito pelo servidor) uma questão é primordial: quais condições de trabalho existem em um atendimento e outro?
Quem responde é Valmir Furlan, funcionário da Prefeitura de Sorocaba na área da saúde. Ele me acompanha há cinco anos, desde que iniciei a coluna O Deda Questão na rádio Ipanema e aqui no blog. Ele afirma que se houvesse condições, o serviço oferecido nas unidades onde há o atendimento do servidor seria de excelência e cita a efetividade do trabalho quando da campanha de vacinação contra a febre amarela há dois meses: “Dêem-nos as devidas condições e faremos muito mais! Se fizemos muito com pouco, verdadeiros milagres até, o que dirá quando tivermos simplesmente o ideal?”
Leia a íntegra do que ele diz:
Deda, em sua postagem anterior sobre este tema, “achei que você fosse fazer uma generalização infeliz no final do texto, Deda, mas você foi cirúrgico na pergunta que veio a seguir: ‘quais condições de trabalho existem em um atendimento e outro?’
Você não faz ideia do que é ser xingado e humilhado várias vezes ao dia todos os dias porque a área em que você trabalha não recebe o investimento mínimo necessário para que haja alguma dignidade para quem atende e para quem é atendido.
Somos vistos apenas como um ‘ralo por onde escoa todo o dinheiro que se investir’, segundo palavras de um ex-secretário.
E, apesar de sucateada, defasada e humilhada, a Saúde ainda funciona e dá o seu melhor dentro do que lhe é possível. A minimização de danos aos munícipes na última grande epidemia de dengue foi um trabalho hercúleo realizado com vontade e felicidade por nós.
Recentemente, a vacinação em massa contra a Febre Amarela também deu mostras de que somos pessoas comprometidas com o que ultrapassa de ser apenas a nossa profissão para ser o nosso ideal: a saúde humana.
E agora somos colocados como vilões, como a causa do problema, quando fomos nós que carregamos nas costas esse tempo todo um serviço pessimamente gerido pelos políticos que ocuparam o sexto andar do paço nas últimas décadas.
Não temos medo do trabalho. Nós nos regozijamos com ele, principalmente quando vemos que seus frutos são o bem-estar daqueles a quem assistimos, quando não a própria vida.
Dêem-nos as devidas condições e faremos muito mais! Se fizemos muito com pouco, verdadeiros milagres até, o que dirá quando tivermos simplesmente o ideal?
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Uma resposta para “Servidor da saúde afirma ser “xingado e humilhado todos os dias porque a área em que trabalha não recebe o investimento mínimo necessário para que haja dignidade para quem atende e é atendido””