Sindicato dos Médicos de Sorocaba afirma que prefeito tem “insistência quase obsessiva pela terceirização da saúde” e defende que apenas médico concursado atenda no serviço público de saúde

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O médico Eduardo Luís Vieira, presidente do Sindicato dos Médicos de Sorocaba e região, citado mais de uma vez pelo Crespo durante a apresentação do Plano de Restruturação da Saúde no município durante a audiência pública realizada na Câmara Municipal de Sorocaba na quarta-feira, se manifestou por meio de Nota Oficial a respeito do que está sendo proposto.

Em resumo, ele critica a terceirização do serviço de médico e defende que o atendimento na rede pública municipal seja feita por médicos concursados. Ele não entra no mérito da crítica do prefeito a respeito da carga horária dos médicos (3 horas por dia ou 15 horas por semana) e de que a maioria já incorporou no salário o teto possível de receber por mês de R$ 29 mil.

Além disso, o presidente do Sindicato dos Médicos de Sorocaba, levanta suspeita de corrupção no contrato entre a Prefeitura e a empresa, o CIES/Ebenezer, que já presta um serviço em Sorocaba há um ano no São Guilherme e “do qual não temos nenhum conhecimento pela total falta de transparência, causa no mínimo estranheza”, afirma. Tudo bem que eu interpreto a fala do presidente do sindicato como sendo suspeita de corrupção, mas qual a outra possibilidade de compreensão diante do que ele afirma?

Leia a íntegra

Na audiência pública realizada na quarta-feira, 11 de abril, o prefeito Crespo proferiu inverdades e distorceu fatos contra os funcionários públicos, especialmente os médicos, que dedicam-se ao serviço público municipal. Não é verdade que os médicos da prefeitura ganham mais do que no serviço privado, nem que trabalham menos. A jornada de 15 horas semanais é uma questão meramente administrativa, já que os profissionais recebem por hora trabalhada.

Foi especialmente lamentável quando disse que a Funserv irá quebrar e que quer chegar num futuro próximo a ter 2000 funcionários públicos. Quando repetidamente usa o termo gestão compartilhada substituindo o termo terceirização é porque quer confundir as pessoas, que já sabem que a terceirização é maléfica. Sua insistência quase obsessiva pela terceirização, sempre dirigida para a mesma empresa, o CIES/Ebenezer, que já presta um serviço em Sorocaba há um ano no São Guilherme e do qual não temos nenhum conhecimento pela total falta de transparência, causa no mínimo estranheza.

Ele mostrou o desprezo que tem pelo poder judiciário, que o impediu de falar em terceirização de serviços públicos e ainda deu como certa a obtenção de um salvo-conduto para terceirizar o que ele quiser junto ao ministro Gilmar Mendes a ser obtido pelo secretário Gustavo Barata na sexta-feira em Brasília.

Reafirmamos nossa confiança no serviço público de qualidade e na justiça. Continuamos na defesa do SUS.

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