Sindicato dos Metalúrgicos admite membros em palestra, mas nega que sejam agressores

Compartilhar

Piedade6Um dos temas da coluna O Deda Questão no Jornal Ipanema (FM 91,1Mhz) na manhã de hoje (05/07) foi o protesto de membros da CUT (Central Única dos Trabalhadores) de Sorocaba – tema publicado neste blog na noite de ontem – contra a palestra do deputado federal sorocabano, Vitor Lippi, que foi defender o seu voto a favor da Reforma Trabalhista em evento na Associação Comercial e Industrial de Piedade. Assim que contava a história, antes mesmo de eu  chegar chega a falar sobre a manifestação oficial do Smetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba), que já havia me procurado, me chegou por WhattAapp, a manifestação do presidente do Smetal, Leandro Morais, dizendo que eu estava defendendo, somente, a versão do deputado sobre os fatos.

A assessoria do SMetal não pode falar em nome da CUT, mas me informou que membros do sindicato, ligados à CUT, se manifestaram do lado de fora da palestra e que dentro do recinto da palestra havia membros da entidade, porém, nenhum deles xingou ou agrediu ninguém. O SMetal ainda responsabiliza um assessor de Vitor Lippi (na foto dentro do círculo vermelho é a pessoa mais alta) de ter empurrado e começado a confusão.

Íntegra do que diz o SMetal

SMetal lamenta desfecho da palestra de Lippi em Piedade

 

Nós, da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), lamentamos o desfecho conturbado da palestra do deputado federal Vitor Lippi (PSDB) na noite de ontem, dia 3, na Associação Comercial de Piedade.

Lamentamos porque somos contrários à violência no meio social. Mas lamentamos também porque o confronto físico tirou do foco o principal assunto em questão, que é de extremo interesse coletivo: os prejuízos que a reforma trabalhista trará para a imensa maioria da população brasileira.

Ninguém do SMetal esteve envolvido nas agressões registradas no local. Até porque, temos argumentos trabalhistas, jurídicos e sociais mais do que suficientes para rebater as teses anti-sociais do deputado Lippi, sem precisar recorrer a qualquer ato violento.

Um dos integrantes do SMetal, que é piedadense, inclusive colaborou para apartar a briga.

Nossas manifestações, bem como a de outras entidades que compõem a Frente Brasil Popular, foram pacíficas tanto em frente quanto dentro da Associação Comercial.

Utilizamos as ferramentas pacíficas de liberdade de expressão e reunião que a democracia nos proporciona, mas que o grupo político golpista chefiado nacionalmente pelo presidente ilegítimo Michel Temer — e do qual o deputado de Sorocaba faz parte — tenta tomar da população brasileira.

Embora não envolvidos nas agressões, pudemos verificar o despreparo de um assessor do deputado Lippi que, de forma desproporcional e inconsequente, agravou a confusão ao empurrar de forma violenta um manifestante que fez duras críticas ao parlamentar quando lhe foi dada a palavra ao microfone.

Nada justifica a violência, mas a explosão de destempero por parte de representantes do deputado certamente contribuiu para a perda de controle da situação.

Também ressaltamos que o deputado e sua equipe deveriam estar preparados para reagir de forma pacífica a questionamentos em público, visto que os posicionamentos e os votos do senhor Lippi têm contrariado as expectativas de grande parte do eleitorado em relação ao seu representante no Congresso.

Lippi defende a desregulamentação das leis de proteção ao trabalhador e aos aposentados. Ele votou favorável à terceirização, à reforma Trabalhista, à reforma da Previdência e à cobrança de cursos por universidades públicas.

Portanto, a decepção e a oposição ao deputado hoje extrapolam os limites de quaisquer siglas de oposição; sejam partidárias, sindicais ou de movimentos sociais. Elas naturalmente partem, muitas vezes, de indivíduos que se sentem traídos ou mal representados pelo senhor Lippi.

Não será vulgarmente se fazendo de vítima ou tentando criminalizar movimentos sindicais e sociais que ele irá se desfazer de seus mal feitos à população trabalhadora, como parlamentar que pisoteia nossos direitos básicos e consagrados.

No mais, reiteramos nossa oposição à reforma trabalhista, que foi o motivo de termos representantes na palestra em Piedade. Temos convicção que a proposta de reforma, caso aprovada, trará prejuízos irreparáveis por muitos anos aos trabalhadores e aos pequenos empreendedores.

Inclusive pequenos empresários que tentam se convencer de que a reforma vai permitir gerar empregos estão equivocados.

O empobrecimento da população e a falta de legislação de suporte ao mercado de trabalho trará graves consequencias ao conjunto da economia brasileira, inclusive aos micro, pequenos e médios empresários. Somente as grandes corporações nacionais e multinacionais serão beneficiadas com a desregulamentação das leis sociais, trabalhistas e previdenciárias.

Como dissemos antes, temos argumentos e dados suficientes para rebater as reformas defendidas pelo deputado tucano, sem precisar recorrer à violência, que repudiamos.

Alguns de nossos argumentos podem ser conferidos em nossa página na internet www.smetal.org.br/suplementos

Sem mais para o momento, agradecemos a atenção.

Sorocaba, 4 de julho de 2017

Comentários