Sorocaba sai na frente para comprar vacina. Mas é preciso atenção

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O prefeito Rodrigo Manga quer comprar vacinas para combater a pandemia da Covid-19 e, em caráter de urgência, enviou à Câmara de Vereadores um Projeto de Lei para ratificar um protocolo de intenções com a finalidade com o objetivo de converter ele em um contrato de consórcio público de personalidade jurídica de direito público, adquirindo natureza autárquica. Ou seja, a Prefeitura poderá efetuar compras sem a necessidade da burocracia hoje existente.

É excelente notícia. O que todas as pessoas do mundo desejam é receber a vacina, seja qual for, entre as já aprovadas por organismos de saúde pelo mundo. Vacina não tem ideologia e salva vidas.

O que me preocupou neste projeto, e espero que os vereadores também se preocupem, é em esclarecer em detalhes o que é também intenção da prefeitura de Sorocaba além da compra de vacinas que também é efetivar a compra de “medicamentos, insumos e equipamentos na área da saúde”.

Sabendo da amizade do secretário de Saúde, Vinícius Rodrigues, e do seu ativismo ideológico em torno dessa pandemia, pode-se esperar que entre esses medicamentos o secretário entenda que o dinheiro público deva ser gasto com hidroxicloroquina, invermectina e outros remédios defendidos pelo presidente da República, ms sem eficácia científica comprovada pela Ciência.

O prefeito tem tido o bom senso de seguir o protocolo estabelecido pela Ciência para amenizar os efeitos da pandemia, mas o seu secretário, por suas manifestações em redes públicas, ainda não está convencido disso.

Dentre os embasamentos para o envio do PL à Câmara Municipal de Sorocaba, está a Lei nº 534, de 2021, sancionada pelo presidente da República nesta quarta-feira (10), que facilita a compra de vacinas pela União, pelos governos estaduais e municipais e pela iniciativa privada.

O ato de Manga é corroborado pela Frente Nacional de Prefeitos, entidade que representa nacionalmente os municípios, e lidera a formatação de consórcio público, com inciativa e manifestação de interesse de 1.703 municípios que também almejam agilizar a imunização de suas respectivas populações.

Caso o consórcio seja confirmado, a Prefeitura quer adquirir até 300 mil vacinas, com recursos próprios e por meio de parceria com a iniciativa privada. Sorocaba já se prepara para tal aquisição e atualmente ocupa a segunda posição na lista de negociações da compra da vacina Janssen, do grupo Johnson & Jonhson, atrás apenas do município de São Paulo. Além da Janssen, que é aplicada em dose única, a Prefeitura solicitou orçamento para outras empresas do segmento.

Desse total de 300 mil doses pretendidas pela cidade de Sorocaba, na primeira compra, com recurso próprio, de 50 mil a 100 mil doses seriam destinadas a profissionais da saúde e da educação, estimando um investimento a partir de R$ 5 milhões.

Enquanto a vacina não vem, chegam a 60 os pacientes que estão na fila de espera por vaga em UTI Covid na cidade e, nacionalmente, o país segue batendo o triste recorde de mais de 2 mil mortes por Covid a cada 24 horas.

Enquanto isso, ainda há quem não acredite na Covid e segue se aglomerando, obrigando a Guarda Civil Municipal apenas na noite passada ter fechado 7 estabelecimentos.

Enquanto a tragédia só aumenta, ainda há quem siga em sua guerra virtual combatendo o uso de máscara, de isolamento e até de vacina.

Na foto, a primeira-dama Sirlange, o prefeito Manga e o secretário da Saúde mostram as vacinas do Instituto Butantan que vem sendo aplicada de modo escalonado nos idosos primeiramente.

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