Thereza Collor mostra que é mais que a musa do impeachment

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Thereza Collor, a musa do impeachment do ex-presidente Fernando Collor em 1992, durante entrevista na coluna O Deda Questão na manhã de hoje no Jornal Ipanema (FM 91,1Mhz) mostrou que é muito mais do que um rosto bonito, de dentes brilhantes, largos sorrisos e medidas de miss: demonstrou conhecimento histórico, foco no que pretende fazer – incluindo as limitações que vai encontrar se vier a ser eleita deputada federal – e inteligência para debater assuntos que lhe são colocadas.

Filiada ao PSDB, e morando há 19 anos em São Paulo onde se estabeleceu após seu segundo casamento (ela é viúva de Pedro Collor, o irmão de Fernando e que detonou o processo que levou ao impeachment), ele veio a Sorocaba cumprir uma agenda que tem cumprido em diferentes cidades paulistas: se mostrar e pedir voto.

Para vir até aqui, onde teve como cicerone a empresária Maristela Honda, Thereza teve o aval do deputado federal Vitor Lippi. Maristela me contou que avisou Lippi e ele foi super receptivo com a presença de Thereza na cidade e entende que há votos e espaço para todos os candidatos.

Nos corredores da rádio Ipanema, Thereza Collor cruzou com os candidatos do PT a deputado federal, Izídio de Brito e Gilmar Tatto, e a deputado estadual Hamilton Pereira, que também vieram para conceder entrevista. Foram cordiais de ambos os lados.

O que disse Thereza

A partir daqui, o texto é de Alana Damasceno, que fez a matéria ao IpaOnline: Foi o marido falecido de Thereza, Pedro, irmão de Fernando Collor de Mello, que iniciou a denúncia contra Fernando a qual culminou com o primeiro processo aberto de pedido de impeachment do Brasil e renúncia de um presidente. “Nós não participávamos do governo, mas meu marido sabia de tudo o que estava acontecendo. Chegava aos nossos ouvidos tudo o que acontecia no Planalto. Ele [Pedro], diretor de empresas de comunicação e detentor das informações, no que diz respeito a casos de corrupção […] avisa ao irmão. Fernando já estava pensando em desenvolver rede paralela de jornal, tirando funcionários da empresa da própria família. Pedro, desagradado, e afirmando que já tinha advertido a família e o irmão diz que vai denunciá-lo publicamente. Nessa história, Pedro vai e denuncia o que acontece no Palácio do Planalto”, resume ela sobre o que acompanhou do início do processo de denúncia de esquema corrupto dentro do governo do ex-cunhado.

Para Thereza, o problema de Fernando com o irmão foi a questão de Pedro trabalhar com transparência em notícias e não concordar com a corrupção ocorrida dentro de seu governo. “Ele queria que o Pedro saísse. [Fernando] escreveu uma carta dizendo que Pedro não estava emocionalmente bem e que não poderia conduzir os negócios”, revelou.

“Não tenho nada a ver com Fernando Collor. Eu tenho esse sobrenome, pois fui casada com Pedro Collor, irmão de Fernando”, defendeu-se como forma de não ser confundida com escândalo do impeachment do ex-presidente. “Quem representa a população tem de dar exemplo. A lei serve para todos”, afirmou quando questionada sobre casos de corrupção dentro da política.

Ainda na entrevista, Thereza classificou a ex-esposa de Fernando Collor, Rosane Collor, como “sem significância”. “Nunca tive relação com ela e nem quero. Tenho o nome, porque carrego com todo orgulho por meu marido e minha sogra”, completou.

“Podem ver minhas propostas. Tenho redes sociais. Podem pesquisar minhas propostas quanto em relação a mulher etc. Quero estar lá para capitanear isso. Quero que tenha uma limpeza, uma faxina no Congresso. Existem políticos bons, mas em sua maioria não. Faço um apelo para vocês votarem. Só acontece mudança com seu voto”, enfatizou Thereza quando perguntada por Deda o porquê de o sorocabano votar nela em vez de candidados da própria cidade.

Thereza visita Sorocaba para realizar um encontro no auditório da Fundação Ubaldino do Amaral, às 19h, para contar um pouco de sua história e como ela vê a evolução do combate à corrupção em nosso país nestes últimos 26 anos.

FOTO: Da esquerda para a a direita: Alexandre Moreto (aos fundos); José Roberto Ercolin; Thereza Collor e Deda Benette (aos fundos) / Foto: Alana Damasceno

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