Um povo sem cultura é um povo que não sabe para onde vai

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O presidente vetou hoje, dia 5 de maio, o Projeto de Lei 1518/2021, conhecido como Lei Aldir Blanc, que prevê a aplicação anual de verba nos estados e municípios para financiar projetos culturais, de forma semelhante ao auxílio emergencial para o setor cultural, estabelecido no início da pandemia. A previsão era de investimento inicial de R$ 3 bilhões, aplicados a partir de 2023 e nos quatro anos seguintes.

O governo não fez isso por falta de dinheiro ou porque esse dinheiro será melhor aproveitado em alguma outra área, como a saúde, por exemplo.

Não financiar a produção cultural é a essência da sua ideologia. É um governo que evita colaborar com quem faz o cidadão comum pensar, seja lúdico, compreenda de onde veio e onde está. A ideologia defendida pelo presidente e seus eleitores prega que um povo sem cultura é um povo que não sabe para onde vai, ou seja, é um povo que precisa ser guiado.

O artista que atende o cidadão mais simples é substituído pela igreja, por líderes cujo o compromisso é o oposto, ou seja, é o de ensinar o dogma, a fé, o “certo”, o permitido, o pecado, a punição.

Mas essa igreja é financiada pelo Estado ao ser livre de qualquer taxação, inclusive dos impostos municipais. O dinheiro por ela arrecadado é propriedade do seu líder.

Esse é o país defendido por quem trabalha pela reeleição do presidente. Um país sem a liberdade que a tradição cultural, a arte, o fazer artístico em suas variadas possibilidades possibilita. É um país penso para um lado, desequilibrado e, como tal, travado. Um país onde, em breve, nem mão-de-obra será possível de vir a ser formada, tamanha a obtusidade do seu cidadão

Cultura não é entretenimento, embora também possa ser. Cultura é a forma do conhecimento ser passado de uma geração a outra. Conhecimento da essência de cada família e comunidade, não unicamente o escolar.

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