Nem bem foi colocado em prática o projeto de ampliação temporária das calçadas na região central de Sorocaba e já tem dono de estacionamento ampliando o espaço do seu negócio, pois fareja que seu faturamento vai aumentar com a chegada de mais clientes.
As premissas dessa iniciativa (Projeto de Intervenção Temporária faz parte do Programa de Alargamento das calçadas e é baseado no Plano Municipal de Mobilidade) consistem em desenvolver proteção, diversidade, versatilidade, atratividade, conectividade, resiliência e sustentabilidade ao cidadão e sua presença no espaço público. Esses fatores corroboram direta e indiretamente para a melhoria do espaço público, ambiental e econômica do espaço urbano. Estes critérios estão implícitos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e mudam o conceito hierárquico da mobilidade, colocando o pedestre na posição mais importante das prioridades.
Ótimas premissas, porém, algumas dúvidas: as pessoas vão mudar a maneira como chegam hoje ao centro? Que alternativa está sendo dada ao dono do carro para deixá-lo em casa nesse momento? Que opção terá o motorista para parar seu carro onde antes ele parava nas vagas de Zona Azul?
Da forma como está sendo feita essa mudança: 1) o pedestre deverá mesmo se dar bem e tomara, mesmo, que assim aconteça; 2) os donos de estacionamentos particulares estão com o sorriso de orelha a orelha; 3) o motorista é o único que está se dando mal.
Importante frisar que essa iniciativa (que no primeiro momento ocorre na rua da Penha no trecho entre os cruzamentos das ruas Miranda de Azevedo, Padre Luiz e Coronel Benedito Pires, em um total de 255 metros de extensão) está sendo feita pela Prefeitura de Sorocaba com o assessoramento das empresas Stúdio K e Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (não se sabe se elas estão recebendo para dar esta assessoria e nem quanto estão recebendo pela assessoria).