Os vereadores da Câmara de Sorocaba – que votarão pela cassação ou não do prefeito Crespo a partir do relatório da Comissão Processante que analisa crime de responsabilidade e quebra de decoro por parte do chefe do executivo devido às denúncias em torno de funcionários voluntários da Prefeitura de Sorocaba, especialmente Tatiane Polis – estão embaixo de forte pressão.
Eles não falam abertamente sobre o que está acontecendo, a não ser que é normal, que faz parte do cargo, que é do rito e etc, etc,etc…
Há, como se é de imaginar, os vereadores que entendem que o prefeito deve terminar o mandato, obviamente que corrigindo as pataguadas que fez.
Há, por outro lado, os vereadores que entendem que o prefeito deve sair e a vice-prefeita Jaqueline Coutinho – em que pese também estar na mira de uma Comissão Processante por atos de quando esteve no cargo de prefeita que o Ministério Público entende como crime como o uso para o seu benefício próprio de um funcionário público em seu horário de trabalho – deve assumir pelo restante do mandato.
Jogando com a baixa popularidade do prefeito, que começou massacrado nas redes sociais e hoje também o é na vida cotidiana em cafés, padarias, posto de gasolina…, o grupo pró-Jaqueline fez o que é do jogo: começou a pressionar os vereadores que, a princípio, são pró a permanência do prefeito para que mudem de lado.
Mas, pelo que captei, essa pressão andou passando dos limites. Pelo menos na avaliação desses vereadores.
Ouvi que o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da Prefeitura de Sorocaba, Salatiel Hergesel, avançou o sinal contra alguns vereadores para que cassem Crespo e coloquem Jaqueline como prefeita.
O clima de mal-estar estava evidente entre os vereadores hoje. Todos se fecharam em “espírito de corpo” (já falei sobre essa expressão em outra postagem) e decidiram que não vão admitir interferência externa de nenhuma outra instituição, seja ela de que espécie for. No plenário eles conseguiram demonstrar um ar de normalidade, mas fechados, como ficaram por mais de uma hora, admitiram que a pressão é legítima até um limite, ultrapassá-lo vira desrespeito.
Lembro que na votação pela abertura ou não das duas Comissões Processantes (uma contra o prefeito e outra com a vice) o placar foi idêntico: 18 a 1. Um voto não computado é do presidente que não vota e outro de Irinei Toledo que foi contrário às duas comissões.
Pela lógica, nenhum dos dois serão cassados ou os dois serão em que pese, no momento, esteja havendo essa investida para Jaqueline ficar e Crespo sair.