Jair não é louco, é perverso

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“– Que idéia se vestir tão chique para ir comer uma pizza…

–  Sempre se deve estar bem-vestido quando se sai de casa (…) Além disso, também é sinal de cortesia para todas as pessoas com que cruzamos e não conhecemos. É bom mostrar-lhes que fizemos um esforço, um esforço destinado a elas. É a mesma coisa que se comportar bem quando se come, não é só para si mesmo que a gente faz isso…”

Quando acabei de ler este diálogo entre Rosita e Vicente, marido e mulher, na Buenos Aires da década de 40, parte do livro “O Gueto Interior”, de Santiano H. Amigorena, editora Todavia, meu cérebro automaticamente o associou ao comportamento público deste século 21 do presidente Jair, especialmente o de não usar máscara.

Jair não é louco. E decidi rebater todo amigo, que na intenção de criticar o comportamento do presidente, o chama assim. Jair merece ser chamado pelo nome certo pelo que ele faz. E o que ele faz é perversidade. Ele é perverso.

Para seguir, apenas, no exemplo sobre o uso de máscara: É sabido que a vacina contra a Covid-19 é de primeira geração, ou seja, a vacina será totalmente eficiente daqui 5 ou 10 anos. Hoje, o vacinado, tem metade da probabilidade de se contaminar e, se contaminando, não será acometido gravemente. Assim, os cuidados com distanciamento, uso de máscara e limpeza de mãos seguem sendo recomendados para todos. O que a maior autoridade da República fez, repete e segue fazendo é negar tudo isso. Diz que vacinado não precisa usar máscara. Ele sabe que o vacinado segue sendo um transmissor do vírus. É loucura falar isso? Não, é perversidade.

Para os que leem a Bíblia, o nome pelo qual o presidente Jair Bolsonaro deve ser chamado está em Provérbios: “O justo se importa até com o bem estar de seus rebanhos, mas no coração do perverso só há lugar para a maldade. (Provérbios 12.10)” É possível ler em toda Bíblia citações e comparações entre o comportamento, atitude e ação entre seres humanos. Jair não é louco, é perverso. Sua falta de empatia é nítida. Ele nunca demonstrou se comportar como Vicente, como no diálogo que usei de exemplo na abertura deste texto. Ao menos nunca agiu assim enquanto é o presidente liderando seu rebanho numa pandemia.

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