Carlos Eduardo Paschoini, titular da Secretaria de Mobilidade e Desenvolvimento Estratégico da Prefeitura de Sorocaba, comunicou o prefeito Manga na tarde de ontem, terça-feira, que está pronto o projeto da Nova Rodoviária de Sorocaba feito de acordo com a área desejada para o novo empreendimento, ou seja, a gleba localizada na junção da avenida Dom Aguirre com o acesso ao viaduto da Castelinho (Rodovia José Ermírio de Moares) entre os bairros Santa Rosália, Vila Porcel e Vila Progresso, onde atualmente está instalado o Circo Portugal que está em temporada na cidade.
O que deveria ser motivo de festa, afinal o tema nova rodoviária de Sorocaba aparece no debate dos candidatos a prefeito desde 2008, se transformou no primeiro problema político a ser enfrentado pelo prefeito Manga uma vez que os moradores do bairro de Santa Rosália se anteciparam ao anúncio da novidade rejeitando a instalação no bairro da nova rodoviária.
A intenção do prefeito era com o projeto em mãos (que ficou pronto ontem) se dirigir aos moradores dos bairros vizinhos a área para a construção da nova rodoviária e explicar o presente que estavam ganhando, afinal se trata de um local que vai muito além da chegada e partida de ônibus.
O “segredo” não foi guardado e os moradores ao ouvir a palavra rodoviária logo associaram o empreendimento a problemas. Sim, no plural: 1) problema de segurança, 2) de trânsito, 3) de atração de um perfil de pessoa não-moradora do bairro, 4) de moradores de rua e entidades que levam comida para eles, 5) de mudança da característica local, hoje predominantemente de moradia para ampliação do comércio. Enfim, no imaginário dos moradores, rodoviária significa intranquilidade e medo.
O prefeito afirma que os moradores resistentes mantêm essa posição por não saberem do que se trata o empreendimento, ou seja, ele nutre a esperança de que eles mudem de opinião ao saber o projeto prevê para o local. Se isso ocorrer, não terá mais problema. Agora, e se os moradores seguirem rejeitando a instalação da rodoviária no local? O prefeito aceita essa posição e tenta adaptar o projeto para uma outra área ou o prefeito faz prevalecer o interesse maior da sociedade, que ele é o representante por ter sido eleito para o cargo de prefeito, e determina que a obra seja feita no local. Se Manga tomar essa decisão, os moradores poderão recorrer à Justiça com os seus argumentos, que precisarão ser colhidos com base em orientação jurídica e respaldo da Constituição uma vez que quando uma questão é judicializada o magistrado não decide na base do gosto ou não gosto seja de que parte for, mas no que diz a legislação.
Esse já é o primeiro teste político de Manga como prefeito. E sua decisão dará a resposta para a pergunta: Quem tem medo da nova rodoviária?